terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Voltar

Sempre em alerta
Diz o meu coração
Pois cada passo tem o seu risco
Cada palavra sua acção
Não vejo o amanhã
Pois nada vai mudar
Faço o que posso todos os dias
Emprego o tempo a dar
Estes caminhos que percorremos
Serão um dia uma lembrança
Pequenas histórias em livros
Contos de Amor e esperança

Sei bem o que lutei
Talvez mais do que devia
Mas aquele futuro de sonho
Chegará um dia
O céu é o fim
E as nuvens o significado
Pedirei a Ti o regresso
De tal Amor sagrado
Mas olhando este meu ser
O que vejo é solidão
O espelho reflecte um homem
Vazio de emoção

À noite rezo por um sinal
Uma palavra que me faça sonhar
São ténues as teias do romance
Mas também o coração que quero alimentar
De dentro sai um grito de revolta
Um sopro, um suspiro
Cada som traz consigo lágrimas
E mágoa sempre que respiro
O fim e o princípio estão perto
E ao fundo só vejo o escuro
Sinto o teu olhar no meu peito
O único que me pode salvar do futuro


“ Voltar “ 18/12/07

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Noutra Vida

Deixa-me em paz
Sou apenas o teu inimigo
Aquele que te alimenta
Nos dias de tempestade

Deixa-me voltar atrás
E começar tudo de novo
Riscar-te do meu ego
Corrigir o meu erro

Dei tanto de mim
Mais do que merecias
E quando algo te pedi
Tudo era demais

Em cada sonho vivi o nosso amor
Em cada palavra um beijo
Mas agora esses beijos são deixados ao acaso
Pois tu já não és a mesma

Dorme bem minha pequena princesa
Sonha com o mundo
E se um dia me olhares de novo
Para sempre no céu viverás


" Noutra Vida " - 19/11/07

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Face to Face

Hoping for a dream
Staring at a star
I'm waiting for a wish
A ticket to somewhere far
I'm losing my temper
Losing my eyes
Follow my steps
Erase my life
Wash my stories
Kill my pets
Face my stare
Saying " life's unfair"

Feelings are the ear of love
Sparks come and go
You are my end
You just want my hand
Take my words
Paint my pictures
Forget me if you want
Kiss me me if you don't
These are my thoughts
My wounds
I need you tonight
Your help in this fight


" Face to Face " - 05/12/07

Shadow Man

All of his words fell apart
Just like is life once did
This man is no longer here
Just his body and a tear
In a desert he died
With his soul
Now there's nothing left to lose
He lost his love, he lost control

Just like that
He went back
And the fire was washed away
By the same mistakes

In this ocean of noise
Underneath a carpet of needles
There he waits
For his fate
No one will save him
No one will care
His just a shadow
Wondering out there

Just like that
He went back
And the fire was washed away
By the same mistakes


" Shadow Man " - 05/12/07

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Pensei que nunca iria ser um problema
Pensei que um dia, talvez um dia
Iria estar contigo à beira mar
A ver um pôr-do-sol igual ao teu olhar
Este refúgio que me atrai
É o mesmo que me traz angústia
Mas é tudo o quero
É tudo o que espero
A certeza não existe
Nesse teu coração irá um dia mudar
E nesse dia serei eu a segurar-te
Debaixo de um luar a abraçar-te
Aquela canção que escrevemos
Lembra-me daquilo que fomos
Mas enquanto viver
Sonho com o que poderemos ser


“ 3ª “ – 23/11/07

Telescópio

Nada nesta vida é uma certeza
Este é o verdadeiro sentimento
Tudo o que vivemos irá desaparecer
E todos os que amamos irão morrer
E se a única certeza é a morte
Vamos abraça-la quando a encontrarmos
Vivê-la como o fim

Sei que tudo isto que me rodeia um dia será pó
Fará parte do deserto infinito
Será a mobília do meu ser
Os momentos que desperdicei
Serão aqueles que vou lembrar
E no meu suspiro final irei escrevê-los

Não peço que me sigam
Mas peço que me oiçam
Nem tudo é ouro, nem tudo é belo
O segredo está em nós
Nas verdades e nas mentiras
Em cada fracção de vida


“ Telescópio “ – 01/12/07

sábado, 17 de novembro de 2007

São Só Palavras

Quem sou eu para te desafiar?
Quem sou eu para desafiar a força das tuas palavras?
Cheias de manchas e riscos
Que alteram os meus quadros

E quem sou eu para te dizer que te amo?
Quem sou eu para te mostrar os meus sentimentos?
Eles tão à vista de todos
E todos te podem dizer

Foram tantos os dias em que dei por mim a procurar-te
Pelas ruas, pelos passeios e casas
Tantas vezes te vi
Tantas vezes te amei

Sei bem que hoje não me queres
Mas o amanhã traz surpresas
Estarei sempre à tua espera
Mascarado de palavras e imagens

Aquele menino que conheceste
Ainda aqui mora
E por estas terras morará
Até o encontrares num novo dia


" São Só Palavras " - 15/11/07

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Strange Heart

I am here displaced from the world
Taking shots to my eyes
I’m a stranger in the dark
A loaded gun blinding bright
Those days of silence
Were nothing but scars
They fell into pieces
Into my broken heart
Close the doors my dear
Let me wash my own tears

What a nice way to end
What a nice taste in my hands
Can you feel it?
Can you see it?

My dirty hands are bleeding
I’m starting a new way to make things right
Some promises I swear to keep
Cause I want you to be the first to shine
Let me show you the path
Before I go to hell
A place made of truth
With many stories to tell
Then close the door my dear
And let me wash my own tears

What a nice way to end
What a nice taste in my hands
Can you feel it?

Can you see it?


" Strange Heart " - 12/11/07

terça-feira, 23 de outubro de 2007

A Resposta num Suspiro

É meia-noite. Estou a conduzir nas ruas da minha cidade. As luzes amarelas iluminam os passeios e as pedras da calçada. Não se vê ninguém. Ao fundo apenas se ouve um cão a ladrar e uma janela a ser fechada, e no rádio só passam músicas sobre paixões sofridas, amor, morte e tristeza. Não as consigo ouvir, estou farto delas. Desligo o rádio, paro o carro e fecho os olhos. Sinto o vento, que entra pela janela, a bater-me na cara, oiço os ramos das árvores e balançar. Vejo, cá do alto do castelo, as luzes da cidade, e sinto que nunca a vou abandonar, será sempre minha e estará sempre em mim. Mas pergunto-me, porquê? Será do tempo que aqui passei, será da família ou será das pessoas que conheci e que ao longo dos anos foram a minha companhia? Não sei. Não sei hoje e não vou sabê-lo amanhã. Saberei quando descobrir quem sou e o que faço aqui. Quem sou? E porque será que fico nervoso com o amanhã?
Estas ruas e estas luzes são a minha casa, o meu abrigo quando estou triste. Daqui nunca vou sair. Há palavras que o querem fazer, mas o que sai é apenas um suspiro.



" A Resposta num Suspiro " - 23/10/07

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Sono Interrompido

Perdi os sonhos nas teias da vida
Percorri caminhos desgraçados
E agora que estou de partida
Piso vidros por ventos quebrados

A fuga não parece tão risonha
Quando não se dá valor ao futuro
Mas é esta a alma que me envergonha
E que se prende ao muro

Espreito por uma porta entreaberta
À procura de segredos
As mentiras são a minha oferta
No meu canto de degredo

Hoje sou o que nunca quis ser
Um homem desprovido de esperança
Onde está o bater?
Onde está a minha dança?

Esta noite vou esperar
Por mais uma escrita
E para sempre pensar
Naquela vida infinita



" Sono Interrompido " - 18/10/07

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Hurt

I hurt myself today
To see if I still feel
I focus on the pain
The only thing that's real
The needle tears a hold
The old familiar sting
Try to kill it all away
But I remember everything

What have I become
My sweetest friend
Everyone I know goes away
In the end
And you could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt

I wear this crown of thorns
Upon my liar's chair
Full of broken thoughts
I cannot repair
Beneath the stains of time
The feelings disappear
You are someone else
I am still right here

If I could start again
A million miles away
I would keep myself
I would find away


" Hurt " - Nine Inch Nails/The Downward Spiral

Uma das minhas letras favoritas

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Aquele Sonho que Nunca Morrerá

Na maior da nudez jaz a perfeição
De um encontro a dois
Em cima um céu estrelado
Desenhado a lápis de cera
E em nós olhares comprometedores

É este o caminho que quero seguir
Este caminho traiçoeiro que me leva a ti
Onde a luz não existe
E o dia nunca nasce
Mas onde os sentidos nos guiam

Estás sozinha onde nem todos te podem alcançar
Lá bem alto entre as nuvens
Olhando cá para baixo e sorrindo
Um dia irei voar até aí
E conquistar esse beijo tão teu

Do céu desceremos sem pressas
Numa nuvem em forma de coração
Faremos promessas e juras eternas
Em papel de veludo
E no fim do mundo seremos o recomeço


" Aquele Sonho que Nunca Morrerá " - 01/10/07






domingo, 14 de outubro de 2007

Um ano de blog
Dedicado a uma das minhas inspirações. Dé!

Interrogação

AMOR supera ÓDIO
ÓDIO foi DOR
DOR é SAUDADE
SAUDADE é DESESPERO
DESESPERO é ESPERANÇA
ESPERANÇA dá em LÁGRIMAS
LÁGRIMAS são MAGIA
MAGIA no FUTURO
FUTURO vai ser PASSADO
PASSADO foi PRESENTE
PRESENTE sem VERDADE
VERDADE nas PALAVRAS
PALAVRAS são SEGREDOS
SEGREDOS nas MENTIRAS


" Interrogação " - 13/08/07

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Mortal

Aquele tiro no escuro
Aquela luz fatal
E apenas um som de segundos
Para destruir o futuro

Nesse momento a vida acabou
E o que ficou foi o passado
As memórias escritas num caderno
E uma fotografia na parede

Os quadros que foram pintados
Já não parecem tão risonhos
Agora que a alma esvaneceu
E foi de encontro ao infinito

Aquela vida que hoje se perdeu
Poderia ter sido diferente
Mas o caminho que seguiu
Foi aquele que a conquistou


" Mortal " - 09/10/07

És tu...

És tu
Aquela que toca o céu
E beija o infinito
Que tranforma o medo em sorrisos e gargalhadas
És tu
Aquela que me torna invencível
Que me abraça e me dá força
És tu
A princesa do meu ser
O meu abrigo
És tu
Aquela...


" És tu... " - 09/10/07

Elements

If I’m just another sparkle
I’m sorry for all the things that I’ve done
For all the words, for all the feelings that I’ve shown
This is me asking for your love and admiration
This is me in the most pure aggravation
I want a hand full of light
And a heart full of nights

Hold me in your arms
Drive me in your car
Shape our names in the dark

Why are you trying to solve this on your own
If it takes the two of us?
Let’s be the wind in the night
The colours of our strife
Nothing else matters
Just the eyes of our fire

Hold me in your arms
Drive me in your car
Shape our names in the dark


" Elements " - 01/10/07

Kid's Gloves

If it’s true that sometimes I wanna die
It’s also true that sometimes I wanna love and try
I have needs, I’m human
I am one wanting to be two
In this life I’ve made thinking of you

Just be here with me
Or today won’t go down in history
Let us be

Every single second is a waste of life
When you’re not around
I’m asking, praying for love
In kid’s gloves
With my knees on the ground

Just be here with me
Or today won’t go down in history

Let us be, let us be


" Kid's Gloves " - 01/10/07


sábado, 29 de setembro de 2007

Admire

I wanna make living
Like no one does
I’m on my way to the end of the world
With my feet burning
I hope I can reach you tonight
And dance under a moon so bright

Can you see me through fire?
Looking at your eyes
Can you see me through this fire?
Saving tonight

I’m gonna do it one more time
Just to see how you react
My words are more then space
More then feelings
I hope I can reach you tonight
I hope I see you dancing so bright

Can you see me through fire?
Looking at your eyes
Can you see me through this fire?
Saving tonight


"Admire " - 25/09/07

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Bola de Neve

Será assim tão estranho às vezes querer morrer?
Deixar tudo para trás
Dizer adeus aos mais próximos
E partir em paz?


" Bola de Neve " - 05/09/07

És-me Tudo

És-me tudo
As mãos, a face
O meu céu azul, o meu céu estrelado
És-me tudo
Cada traço, cada olhar
As palavras, as imagens
És-me tudo
Os gestos, os sorrisos
As promessas, os desejos

Sei que não sei parar
Mas só te quero perceber
Lutar
Sei que não sei quem sou
Mas só preciso de ti para o descobrir
Voar
Sei que não sei respirar
Mas só quero estar contigo
Amar


" És-me Tudo " - 05/09/07

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Creep

When you were here before
Couldn't look you in the eye
You're just like an angel
Your skin makes me cry
You float like a feather
In a beautiful world
And I wish I was special
You're so fuckin' special

But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here.

I don't care if it hurts
I want to have control
I want a perfect body
I want a perfect soul
I want you to notice
When I'm not around
You're so fuckin' special
I wish I was special

But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here.

Whatever makes you happy
Whatever you want
You're so fuckin' special
I wish I was special...


" Creep " - Radiohead/Pablo Honey

E agora?


Já fez um ano. E agora? O que será que vem aí? Tudo ou nada? O passado ou o futuro? Tenho medo que tudo volte a ser o mesmo e que os meus desejos fiquem para trás, assim como tudo o resto. E agora? E aqueles telefonemas? Tenho medo que as minhas esperanças caiam por terra e que tudo se transforme em pó. Os cadernos, as memórias, os afectos, os beijos e os olhares. E se um dia der por mim a recordar o que fomos? O que faço? Choro, sorrio, grito ou faço desejos para que um dia tudo volte a ser o mesmo? Porque hoje já não o é. E agora? Esqueço ou luto? Esqueço para lutar ou luto para esquecer? Não sei, e sei que nunca o vou saber, porque aquilo que em mim habita é maior que tudo, é mais alto que o céu e o espaço. É mais vivo que a vida, é mais profundo que o mar. É tudo. E agora? Vou ou espero? Ou tento seguir em frente mesmo estando tudo fodido? Amor, frustração, tristeza, saudade são os sentimentos que ainda sinto, mas não sei por quanto tempo. Porque tudo o que quero é o teu Amor, ou que gostes de mim, ou que precises de mim, e quer eu queira ou não irei sempre desejar tudo isso. Até ao meu último sopro de vida. E sempre que me cruze contigo vou voar, e sonhar, bem alto. E agora?



" E agora? " - 04/09/07

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Envolver

Quem inventou o Adeus
E as palavras que o seguem?
Será um simples motivo
Ou uma breve esperança?

Não sei o que vem depois
Mas o hoje parece tão distante
E neste presente amargo
Vou viver sem sabor


" Envolver " - 31/08/07, em plena Feira da Luz

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Meanings to Believe

I'll be the one inside your car
When you'll drive away
I'll be the one inside your mind
When you'll be left behind
Trust me, I know those feelings
I'll be the one to erase your meanings
I can´t quite tell you who am I
But I know when you lie

I separated my will
So you can stand still
I'll be the one you want to trust
The one to stop you first
Stay away from these rocks
Or you'll be one more to stock
Since that day in your town
Your life has been so down
I can't quite tell who am I
But I'll be the one to tell you why


" Meanings to Believe " -2005

domingo, 26 de agosto de 2007

Filho de Mim

Na loucura perece a mente
Sem nunca nos fazer pensar
Mergulho na real tristeza
Num poço de pesar

Sou um facto sem mentiras
Perdido entre carrinhos de linhas
E estes lugares sombrios
São teias em coisas minhas

Sem nunca conseguir sonhar
Fui rompendo com a rendição
E nas teias moram memórias
Frágeis e envoltas em negação


" Filho de Mim " - 25/08/07

sábado, 25 de agosto de 2007

Espelho de quem sou

No amanhã jaz, também, o presente
E nele se deita o passado
Hoje sou quem não quero
E ontem quem não quis ser


" Espelho de quem sou " - 25/08/07

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Dark Crystal Ball

A life breaking through the glass
A lullaby flowing in a bedroom
The sun is giving life
And I'm wasting time
What a cycle I've been living
Since the day I gave my soul away
To the darkness of tomorrow
And to the vultures of the hollow

Can you see me laid on the floor
And punching myself in the face
A memory of the one
Who stole what I've done
And now the sky is dark
Pulling me apart
From a world made of waste
In which I'm stealing someone's space


The future, a picture
A promise I can't keep


" Dark Crystal Ball " - 05/01/07

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Fixação

Sou a voz da tua consciência
O segredo que tens de revelar
Estamos os dois neste jogo de paciência
Neste vício que teimas em alimentar
Não sei se um dia vou ser diferente
Ou se tudo vai mudar
Apenas a certeza de que vou ser o presente
E tu a alma e o pesar
São velhos os caminhos que nos levão à perdição
Sem nunca nos deixarem sozinhos
Mas agora que as coisas estão em vias de extinção
Espero não ser o único a escrever um pregaminho
Onde conto histórias de mentiras e verdades
Histórias de Amor e Ódio
Que descrevem as minhas saudades
Em cenas de um próximo episódio


" Fixação " - 13/08/07

Protesto

As cordas que nos seguram
Remetem-nos para o refúgio
Ao abrigo do futuro
Das trevas e do mundo
Se por um dia fosse um pássaro
Gostava voar até às nuvens
Onde a paz reina
E o homem não alcança
Nas nossas mãos jaz a bondade
Mas também armas de destruição
É este o nosso tempo para mudar
Antes que tudo seja levado
Se para dentro falamos
Ao mundo devemos gritar
Sejamos dezenas ou milhões
O que importa é sermos uma só voz
Chega de promessas e vontades
É altura de agir
É agora ou nunca
Para uma vida tingida a cores


" Protesto " - 13/08/07

domingo, 12 de agosto de 2007

Hoje

Preciso de falar contigo. Preciso dizer o quanto te amo. O quanto te quero ao pé de mim, mesmo que não te possa beijar ou tocar. Quero mergulhar no teu doce olhar. Quero me perder no teu sorriso. Quero sentir o aroma dos teus cabelos. Quero te aqui ao pé de mim.

" Hoje " - 12/08/07

Para as Estrelas

Naqueles momentos de insegurança
Gostava de ser como ele
Naquela sua pacatez
De miúdo de aldeia
Onde o tempo não conta
E o futuro é o presente
Um dia gostava de ser como ele
Ter na alma um prefume
E uma palavra em cada mão

Aqui na minha tolerância
Recordo tempos passados
Sempre ao lado da timidez
Hoje não percebo por que não sou como ele
Fazer o impossível dos possíveis
E sorrir até adormecer
Se amanhã tudo for igual
Vou continuar neste meu viver
De miúdo com receio


" Para as Estrelas " - 12/08/07

sábado, 11 de agosto de 2007

Futuro

Estas lágrimas que em mim escorrem
Não são mais que pequenas histórias
Aquelas momentos de que todos fogem
E que eu travo sem vitórias
São traços de uma juventude
Cheia de contos e fadas
Também de tristeza e quietude
Em ruas cercadas
Ainda ontem tudo era diferente
Nesta minha cidade
Agora sinto-me impotente
Perante tal fatalidade

É difícil Amar
Quando quem ama não alcança
E neste nosso falar
Não sou eu o peso na balança
Se por vezes fui perfeito
Diz-me o porquê do fim
Deste nosso encontro a perceito
Sentados num banco de jardim
Esse teu sorriso deu-me tudo
E esse teu olhar mostrou-me o mundo
Adorei cada minuto
Cada beijo profundo
Hoje é outro dia
De encontro ao futuro
Onde antes me perdia
Onde agora me encanto e de novo te procuro


" Futuro " - 11/08/07

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Tempo e História

Fui falando sozinho, com espelhos
Tentando encontrar uma razão
Tudo o que fiz foi em vão
E agora busco a verdade
É o tempo, a história, o mar
E tudo o que trago comigo
És tu e eu neste barco
Que ruma ao infinito

Agora vejo o vento e o tempo
Mas fecho os olhos às cores
Aqui permaneço
À espera de um fugaz sinal
Talvez a verdade, a tua história
Ou apenas uma pequena faísca
Sou eu neste barco
A carregar este fardo


" Tempo e História " - 07/08/06

Preso a Tudo

Estão presos os quadros
Estão presas as tuas mãos
Está preso o meu ser
Está preso o meu coração
Tudo em volta é cinzento
Tudo em volta é cego
Sigo sozinho e preso
Por entre rosas e espinhos

Num corredor ando
Sem saber mas tentando
Vou descobrir o fim deste labirinto
Mesmo preso a tudo, preso a ti
Os meus olhos doem mas continuo
Não vou desistir de encontrar
Um novo caminho para amar


" Preso a Tudo " - 07/08/06

terça-feira, 31 de julho de 2007

Chuva

Ninguém me disse para voar
Ninguém me disse que a vida podia chegar tão alto
Mas também ninguém me disse que um dia tudo ia acabar
Ainda ontem eras tu em mim
Aqui nos meus braços
Mas agora veio o fim
A minha voz está fraca
Ao sabor do meu coração
Que um barco abraça
E no silêncio oiço um disparo
Forte como um trovão


" Chuva " - 09/08/07

quinta-feira, 19 de julho de 2007

The Scale

I have a sequin for an eye
Pick a rose and hide my face
This is the bandit's life
It comes and goes and then's the breaks
Under a molten sky, beyond the road, we lie in wait
You think they know us now?
Wait 'til the stars come out
You'll see that

Well, I made you and now I take you back
It's too late but today I can define the lack
I made you and now I take you back

Sun, you sleep in clouds of fire
That's all and that's right
My sun, you sleep in clouds of fire
That's all and that's right

I can still feel it when you lie
Pick a rose just to hide my face
Well, if there's something I should know
I seek no science when there is no shape
Under a molten sky, let the days collide
Well, I made you and now I take you back

Sun, you sleep in clouds of fire
That's all and that's right
My sun, you sleep in clouds of fire
That's all and that's right


" The Scale " - Interpol/Our Love to Admire

Virar de Costas

Diz-me algo que eu não saiba
Canta-me canções de embalar
Pequenas histórias de Amor e Dor
Com personagens sem sabor
Todas a peças deixadas para trás
Começam agora a fazer sentido
Tudo à minha volta cede
Tudo o que toco queima
A minha expressão diz tudo
Porque não consigo chorar
Apenas este meu olhar envergonhado
E um sorriso vago


" Virar de Costas " - 19/07/07

segunda-feira, 16 de julho de 2007

CSS

Vida a quanto obrigas
Tantas vezes denunciada
Mas nunca compreendida
As teias que teço são demasiado frágeis
Demasiado corrumpidas pelo tempo
Ignoradas pelo desafio
E levadas pelo vento
Na foz do rio me deito
E com ele me deleito
Ao ver o brilho das estrelas
Reflectido em águas feitas de espelhos
Vê como comecei tudo de novo
Como abracei o sol e a lua
Sou o companheiro do vento
E do seu pensamento
Lá em cima vejo-te abraçada a mentiras
Numa guerra sem travões
E lá de cima percebo
Quais foram as minhas intenções
Na foz do rio adormeço
Fecho os olhos ao passado
Por aqui vou ficar
Até tudo estar acabado


" CSS " - 16/07/07

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Farol

Estou cansado. Mas cansado de uma boa maneira. Estive a olhar as estrelas a noite inteira. E que tão bem me soube. A brisa da noite tocou-me de forma intensa e a luz da lua iluminou a rua que estava deserta. Apenas eu, deitado no passeio. De vez em quando, ao fundo da rua, lá passava um carro. O silêncio era tão forte que quase falava. Quase que me gritava ao ouvido. Baixinho, é verdade. Mas tocava-me a pele como se tivesse vida. E por ali fiquei. Fechei os olhos e sonhei. Sonhei com o que sempre sonho. Contigo. Desculpa.


" Farol " - 12/07/07


Sim, desculpa. Desculpa as minhas palavras e elogios. Desculpa querer sentir as tuas mãos, o teu toque. Desculpa querer beijar-te a toda a hora, a todo o momento. Desculpa desejar-te imensamente. Desculpa olhar-te como se fosses uma princesa. Desculpa seres para mim tudo o que quero. Desculpa significares o mundo. Desculpa seres para mim a vida. Desculpa não conseguir viver sem ti. Desculpa o meu Amor por ti. Desculpa.

" Farol II " - umas horas depois do primeiro...

Not Even Jail

"Oh but all this to learn and your hair's so free
Can't you feel all the warmth of my sincerity
You make motion when you cry
You're making peoples lives feel less private
Don't take time away
You need motion when you cry
We all hold hands
Can we all hold hands
When we make new friends"

" Not Even Jail " - Interpol/Antics

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Hoje o Meu Coração Balança

As tentativas de cartas espalhadas pelo chão
Palavras inacabadas em registos de Amor e Dor
Pequenas palavras cheias de verdade
Registos de pura sinceridade
Não as escrevi para me libertar
Mas sim para te dar mais um pouco de mim
O resto que em mim morava
E que agora teve um fim
As memórias irão sempre voltar
Tão doces e presentes
Mesmo em dias de maior aperto
Serás tu que vou lembrar
Serei na bruma uma luz
E na chuva um abrigo
Um pássaro a voar
Da vertigem não serei mendigo
O presente nunca deixará de ser verdade
E os sentimentos que em mim habitam
Serão os mesmos até à morte
Até ao fim da minha cidade


" Hoje o Meu Coração Balança " - 09/07/07

sábado, 7 de julho de 2007

Regresso Antecipado

Da minha janela avisto as sombras
Pequenos traços de vidas deslumbradas
Com o intenso sonho de viver
E de serem lembradas
Vejo Amor a desaparecer
Quando quem ama quer ser amado
Vejo Dor no pertencer
Quando quem ama quer continuar a amar
Toda a corrupção na minha cabeça
Toda a destruição a meu lado
Não consigo pensar na mais pequena peça
E nesse Amor tão falado
Vejo em mim a desconfiança
Na pressa de ser perfeito
Neste meu caminho destruído
Onde para sempre me deito
Quero o que não posso ter
Desejo quem não me quer
Um despertar falhado
Num regresso antecipado


" Regresso Antecipado " - 07/07/07

sábado, 23 de junho de 2007

Cristal

Só nós dois neste lugar tão íntimo
Sozinhos à espera de nada
Pois somos donos de tudo
E reis do Amor
Aqui te olho e te desejo
Aqui és a princesa do meu mundo
Nada mais importa
Nem palavras, nem imagens
Apenas este olhar
O silêncio é barulho baixinho
Onde trocamos juras de Amor eterno
Num caminho até à montanha mais alta
Onde vive a flôr mais rara e mais bela
Onde o tempo pára
E o céu é o limite
Por ti luto, por ti minto
Por ti mudo, por ti morro
Quero que saibas que és o infinito
E a Luz na minha noite
O raio de sol que me atinge de manhã
E o luar que vislumbro
Beijo os teus lábios tão suaves
E esqueço o amanhã


" Cristal " - 23/06/07

Recado

Fugo de mim e para longe
Para um lugar bem distante
Onde a vida tem sentido
E onde tudo é permanente
Onde tudo é nosso e nada é deles
Fugo para esse lugar
Sem pensar
Talvez queira desaparecer
Arder, esvanecer
Aqui tudo é efémero e inconstante
Vazio de certezas
Quero fugir para bem longe
Longe de tudo e de todos
Começar de novo
Renascer
Faço votos de felicidade
Para quem merece e para quem fez por merecer
Digo adeus aos mais chegados
E abraço aqueles que amo
Porque tudo tem um fim neste mundo condenado
Porque tudo pode renascer neste mundo inacabado
Olho o céu e o sol
E depois as estrelas e a lua
Perco-me por entre caminhos iluminados
E trajectos de mil e uma cores
Desejo um dia voltar a casa
Mas sem hora marcada
Porque quero ser uma surpresa
Uma pessoa amada


" Recado " - 23/06/07

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Last Goodbye

This is our last goodbye
I hate to feel the love between us die
But it's over
Just hear this and then i'll go
You gave me more to live for
More than you'll ever know

This is our last embrace
Must I dream and always see your face
Why can't we overcome this wall
Well, maybe it's just because i didn't know you at all

Kiss me, please kiss me
But kiss me out of desire, babe, and not consolation
You know it makes me so angry 'cause i know that in time
I'll only make you cry, this is our last goodbye

Did you say "no, this can't happen to me,"
And did you rush to the phone to call
Was there a voice unkind in the back of your mind
Saying maybe you didn't know him at all
You didn't know him at all, oh, you didn't know

Well, the bells out in the church tower chime
Burning clues into this heart of mine
Thinking so hard on her soft eyes and the memories
Offer signs that it's over... it's over


" Last Goodbye " - Jeff Buckley

terça-feira, 19 de junho de 2007

Caixão da Razão

O meu caixão da razão está cheio de segredos, verdades e mentiras. Histórias às quais acrescento pontos e peças de teatro às quais acrescento actos. É um caixão tão fundo quanto as melindrosas teias da mente. À medida que vou atirando pensamentos e guerras interiores, vai enchendo e enchendo, e quando parece que está pronto a explodir ainda aguenta mais um pouco. Até ao dia. E quando esse dia chegar tudo vai ser diferente. Mas o meu maior medo é que esse dia não chegue nunca. E que tudo o que guardo cá dentro viva para sempre em mim. Apesar das inúmeras vozes que dizem para o abrir, sinto que não o vou fazer. Não vou conseguir enfrentar quem devo e lutar por aquilo que quero. E tudo vai ser mais difícil. E o que podia ser fácil tornar-se-á impossível de inverter.
Vivo uma ficção. Um filme daqueles em que o fim é um sonho. Vivo com uma ideia na cabeça, a de que tudo cai do céu. Mas não é assim. E tenho de lutar. Mas ás vezes é tão difícil. Ás vezes parece que não aguento.

“ Caixão da Razão “ – 19/06/07

Banco de Jardim

Lá fora a chuva cai, e cada gota que atinge o chão, os carros, as pessoas, é cada lágrima que não estou a chorar mas que devia. Devia deitar tudo cá para fora, explodir. Gritar! Talvez devesse levantar o volume do som para que ninguém me ouvisse gritar. Ou chorar. Podia fechar os olhos e viajar nos perfeitos momentos que passámos, para depois descer das nuvens e encarar, mais uma vez, a realidade. Ou, talvez, devesse esquecer. E partir. Enterrar tudo e renascer.
Foi o teu sorriso que me tornou capaz de tudo, de voar, sonhar, imaginar, de transformar imagens em palavras, de te dar o sol e a lua, a terra e o mar, o mundo e o universo. Foi esse sorriso que me transformou naquilo que sou hoje. Foi, também, esse sorriso que me trouxe, e traz, paz quando estou triste ou perdido. Foi esse sorriso que me trouxe esperança. E, agora, é esse sorriso que vejo ao longe, sem o puder sentir ou tocar.

E, então, aqueles momentos de silêncio que de mortos não tinham nada. Eu parava porque só me passava pela cabeça beijar-te, sentir-te. Era por isso que, do nada, eu ficava a olhar para ti, na esperança que caísse um beijo do céu.

Não desisti, não queria desistir. Mas agora é tempo de parar. E choro. Choro porque nós não fomos feitos para estar assim. Choro porque um pedaço de mim morreu, e nunca vou ser completo sem ti, nunca. Haverá sempre um lugar por preencher no meu coração. E, agora, que o dia já não chora, choro eu.


" Banco de Jardim " - 16/06/07

Cada Traço de Alma

Por breves momentos pergunto-me se não era melhor esquecer as pessoas que conheço e começar tudo de novo. Partir à descoberta. Ter uma nova oportunidade. Mas não. Não dessa forma.
Na rua, à minha volta, vejo pessoas felizes por fora, e algumas que transpiram felicidade interior, seja por motivos pessoais ou profissionais. Vejo casais de namorados de mãos dadas a trocar beijos e olhares, em perfeita comunhão com o exterior. Vejo pessoas que respiram sucesso. Muitas vezes penso que é isso que quero. Momentos como esses. Simples mas importantes. Vulgares mas significativos.
Eu acredito que todos nós deixamos algo nas pessoas que conhecemos. Uma palavra, um gesto, ou, até mesmo, uma qualquer situação. E são essas coisas que nos tornam únicos. Quem não gosta de ser lembrado positivamente? Ninguém! Eu sou assim. Simples mas dedicado. Sem mostrar preocupação mas preocupado com quem me rodeia no dia-a-dia. Pois, são as coisas pequenas que trazem a verdade. São os pequenos momentos que mostram quem realmente somos. Sou e sempre serei assim. E ainda bem que assim é.
Mas hoje sinto-me um pouco perdido. Sinto-me triste. Sinto-me ansioso. Lá fora, a noite já vai longa. As nuvens cobrem o céu e cobrem, também, o meu quarto. E a cada palavra que escrevo tento penetrar essas mesmas nuvens. Tento atingir a luz. Tocar com as pontas dos dedos o amanhã. Fecho os olhos e abro o coração, porque até num fim há um princípio.

“ Cada Traço de Alma “ – 18/06/07

terça-feira, 12 de junho de 2007

Lipstick #5

I was looking for love in all the wrong places, and I found it, I found it

" Lipstick #5 " - Vicious 5 / Up On The Walls

quinta-feira, 31 de maio de 2007

New York, New York

As minhas mãos quentes. A tua face gélida. Aproximo-me devagar e toco o teu rosto. Olho os teus olhos, o teu nariz, os teus lábios. Sinto que um beijo está a chegar. Em nosso redor passam milhares de pessoas. Estamos no centro do mundo, Nova Iorque. O som das conversas flui pelo ar. O som da urbe preenche cada canto. Estamos em Times Square, mas agora, neste momento, somos só nós. Apenas este olhar profundo. Somos o espelho do Amor. Até o fumo vindo dos famosos táxis amarelos não nos incomoda. Só tu e eu, e um beijo, e muitos outros. Aqui tudo pode acontecer.


" New York, New York " - 30/05/07

quarta-feira, 30 de maio de 2007

De Dentro

Cada palavra transpira uma história e cada história lembra-me do passado. Escrevo sobre as coisas boas dos amigos, mas também quando me magoam, escrevo sobre responsabilidades e ao que elas obrigam, escrevo sobre as minhas verdades e mentiras e sobre as verdades e mentiras dos outros. Alerto-me sobre o futuro e o que ele carrega. Traço linhas rectas sobre quem sou e o que quero ser. E falo do Amor. Escrevo o que penso sobre tão poderosa força. Transponho para o papel cada lágrima que chorei, cada sorriso e cada olhar que lancei. As palavras saem, agora, mais tristes. Talvez porque já sofri, talvez porque já lutei por ele e não fui bem sucedido. O Amor é fodido. É difícil, duro. Mas também sei, e escrevo-o, que o Amor é mágico. E sim, talvez precise de Amar e ser Amado.


" De Dentro " - 17/04/07

terça-feira, 29 de maio de 2007

Depois da Meia-noite

O vento sopra fraco mas quente. Lá em cima, o sol brilha sem medo. Cá em baixo, passeio junto ao mar, calmo e, principalmente, que me acalma. No horizonte avisto o barco de um qualquer pescador a tentar fazer pela vida, a ganhar o pão, o sustento de uma família. Ao longo do areal encontro famílias e casais de namorados, de mãos dadas, em plenos momentos de paixão, aproveitando cada beijo, cada olhar e cada gesto. A areia está quente e sinto a pele escaldar a cada toque naquela superfície exposta ao sol. A água vai molhando, agora, os meus pés nus. decidi sentar-me e observar o que por mim passa e o horizonte, e pensar no que me trouxe aqui, a este lugar que tantas alegrias me deu, e no qual passei momentos que, infelizmente, nunca mais vou viver, e só de os recordar cresce uma lágrima de saudade.
Hoje vim aqui, a esta praia, tentar perceber o que se passa. Tentar desvendar os mistérios que me assolam. Hoje é um dia de reflexão. Por breves momentos pensei estar perante um júri desconhecido. Este local, que guardo em mim com tanta saudade e carinho, vai testemunhar a mudança e vai presenciar mais um momento para mais tarde recordar.
Os pensamentos, viajam por mim à velocidade do som e cada um deixa a sua essência, a sua marca, o seu argumento que vai ser necessário para a revelação do segredo. O barulho do mar é as linhas onde escrevo pecados e paixões, mentiras e verdades, o bem e o mal, nums aventura através dos densos caminhos da mente, onde o tempo actua ao mais pequeno pormenor.
Esta praia foi palco de inúmeras brincadeiras, imensas tardes na companhia dos meus amigas, da tal pessoa e ainda com a família. Momentos que vivi intensamente, pois, é com essas pessoas que gosto de estar, apesar de ás vezes me causarem dissabores. Agora o que me resta é recordar esses momentos. É tempo de pensar no futuro. É tempo de parar para pensar. Olhar o amanhã e desprender-me do passado, que foi bom mas já lá vai. É tempo de viver o presente e trabalhar o futuro. Hoje, aqui, neste meu lugar, íntimo, recordei o passado, vivi o presente e olhei para lá da meia-noite.


" Depois da Meia-noite " 05/03/07

sábado, 26 de maio de 2007

Encruzilhada

Lamento o meu estado de alma
Mas é simples o meu sentimento
É perigoso o meu poder
Por entre as linhas do pensamento


" Encruzilhada " - 03/12/05

Velocidade I

Ouve o som das máquinas
Das pessoas e das gentes
É verdadeiro o barulho
Do tempo e das coisas pendentes
Oiço tudo aquilo que me faz sorrir
Paro para ouvir as surpresas do partir
Grava na memória
Toda aquela história
Todos os contos e pontos
Deste som tão tonto
Aproveito a salvação
Para me perder na perdição
Atinjo na perfeição
O meu alvo de aceitação

Por entre o pretexto
Leio o livro e deixo de pensar
Entro noutro mundo
Paro e faço parar
É assim que vivo a vida
Escolho em pouco tempo o tema
Compro o bilhete de ida
E penso num dos esquemas
Deixo ao descoberto o meu diário
O quarto onde durmo desarrumado
Conto os dias no calendário
E vivo sem estar parado
Escrevo o que sinto
Leio sentimentos, nunca minto


" Velocidade I " - 2005

Tempo de Mudança

A vida permanece instável
Ao segundo em que é prestável
Segue o caminho de olhos vendados
Sem olhar para trás e para os lados
Assim que paro no meio da rua
Sinto a vida a continuar sem mim
Fico parado a pensar
A tentar recomeçar

Preciso de falar
Tomar o tempo e pausar

Só depois de empurrado
É que consegui continuar
Ao fundo avistei o túnel
E a luz que nele habita
Vi-me projectado no futuro
E em tudo o que vou viver
É assim o meu passeio infinito
Nesta vida que considero finita

Preciso de falar, perder e amar
Tomar o tempo e permanecer
Preciso de falar e amar
Tomar o tempo e pausar

Tomar o tempo e pausar...parar para amar


" Tempo de Mudança " - 2005

O Jogo

Só eu sei ver as lutas
Todas as fases deste jogo
Deixo-te pensar claramente
E respondo aos teus preconceitos
Só eu sei tudo o que passou
Tudo o que foi e parou
As promessas e desejos
Das tuas paixões e anseios

És tu e eu
Neste caso só nosso
Somos os dois iguais
A todos, aos tais

Só eu percebo a vida
Daquelas lutas descabidas
Passo o tempo a gritar
A pausar o jogo e pensar
Só eu quero sair
Sair daqui, partir
O jogo pertence-te
Faz dele um fim permanente

És tu e eu
Neste caso só nosso
Somos os dois iguais
A todos, aos tais


" O Jogo " - 2005

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Fantasmas

Uma nova premissa a caminho
Para mudar este testamento
Em prosa cantamos os sonhos
Em verso escrevemos este pregaminho
O pó que nos invade
Traz-nos o cheiro a morte
E avisa-nos da chegada do fantasma
Faz-nos perder o norte

Nas tréguas jaz o princípio
E o começo do reinício
A simples e modesta premonição
De uma vida sem missão
E em segundos esvanece a chama
E os poemas de quem aclama
Fracos são os tempos que vivemos
E os momentos que perdemos


" Fantasmas " - 02/05/07

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Transparente

Se por momentos me esqueci
Tentei não controlar o relógio
Para que o tempo não parasse
Agora que me entendi
Sou o vagabundo da minha cidade
E das ruas da amargura
Quero o início do mundo
E a forte luz de electricidade

Grito até abrir os olhos
E escolher um caminho
Por entre quadros e paisagens
De um amor sem guerras

E num sinal a descoberto
Descubro luzes hipnóticas
Quero seguir as estrelas
Quero sentir os elementos
Na força da paixão
No centro do ardor
Fico à espera do click
No calor da emoção


" Transparente " - 08/05/07

Triste Madrugada

Em cada traço de vida
Traço em mim um limite
Uma linha invisível
Mas de tamanha decisão
Trago em mim quem não quero
E quem quero ser amanhã
O que sou não sei
Mas um dia vou travar aquela luta
De paixão e feitiço

São vozes na noite
São vozes à lua
Na triste madrugada
De uma luz no nada

Em cada traço de vida
Traço um limite
Se te perguntarem por mim
Diz que sempre fui assim
Pensativo e observador
Neste mundo de linhas traçadas
Em que cada segundo
Vale uma vida perdida

Quem desfez o passado,
E as memórias de um afecto?

São vozes na noite
São vozes à lua
Na triste madrugada
De uma luz no nada


" Triste Madrugada " - 09/05/07

Outra Margem

Eu queria tanto ser
Um pássaro ao sabor do vento
Uma leve garça no seu girar
E um corvo no seu pensar
Mas sou o vento e as nuvens
Num dia de trovoada
Sou o relâmpago que rompe os céus
E que ilumina as ruas

Eu sou, eu vou
Eu estou na luz
E seco quem chorou

Sou quem não proíbe
Sou aquele que te ouve
Balanço ao sabor da vida
E de mim lanço o começo
Sinto o chamar dos sons
E da chuva a cair
Parto sem promessas
E um desejo de voltar

Eu sou, eu vou
Eu estou na luz
E seco quem chorou


" Outra Margem " - 10/05/07

Até Sempre

E choro. Choro porque já não te tenho ao pé de mim. Quando me lembro das histórias que contavas e dos momentos que passámos sinto, logo, uma imensa saudade. Adorei cada visita, a ti e à avó, quando ainda moravam em Lisboa. Adorava brincar na oficina. Adorei aqueles quinze dias que lá passei ainda no tempo dos Jogos Sem Fronteiras. Nunca me vou esquecer do cheiro da vossa casa e da oficina porque adorava aquele cheiro.
Há alguns anos a nossa relação sofreu um revés e passámos a ver-nos menos vezes, e, agora, que te perdi tenho pena de não ter aproveitado mais a tua companhia, a tua sabedoria e alegria de viver. E choro. Choro o que não chorei quando me disseram do teu desaparecimento e no funeral. Não imaginas as saudades que tenho. Agora quando for visitar a avó vou achar tudo tão diferente e estranho, vai-me custar tanto. " Ti Zé Cabeçana ", foram as únicas palavras que ouvi o meu pai dizer na igreja no Domingo de manhã, era assim que te chamavam, mas para mim serás sempre o Avô Zé. Porque é que partiste? Porque é que damos mais valor às pessoas quando elas já não estão presentes? Porquê?
Esta foi a forma que encontrei para dizer que te Amo e que vou sentir imensas saudades tuas. Até sempre Avô Zé...


" Até Sempre " - 16/05/07

sábado, 12 de maio de 2007

Fica

Fico feliz só de te olhar
De dia e de noite
Debaixo das luzes da cidade
Ou de um eterno luar
Fico assim meio perdido
Na tua total beleza
Perco o norte e pergunto
Serás tu a Natureza?

Sabe tão bem ver-te brilhar
Sinto-me tão bem ao ver-te flutuar
Fica, fica, fica

São tantos os sentidos
Que me levam a ti
Num mundo de sentimentos despidos
Fica aqui perto de mim
É tão bom ver-me contigo
Sentir estas emoções
Se fores não sei se consigo
Voltar às paixões


" Fica " - 03/05/07

terça-feira, 1 de maio de 2007

Dangerous Drive

Teach me, fool me now
Touch me, hurt me now
How can I live like this?
Living a lie, telling a joke
It's a crime those words I spoke

You don't know me
You don't trust me
Broken hearts belong to me

Shoot me, bury me now
Stop me, close me now
I'm not the same anymore
What should I do to open a door
And restart who I was before?

You don't know me
You don't trust me
Broken hearts belong to me


" Dangerous Drive " - 23/04/07

A Cura

Esta é a história de uma vida
O único conto de um livro barato
Aqui vou revelar a batida
Deste meu mundo naufragado

Quem inventou o Amor
Sem ter em conta a necessidade?
E quem lhe juntou a Dor
Para o tornar em electricidade?

Tenho tudo para ser feliz
Tudo para vencer
Mas tudo o que fiz
Foi querer desaparecer

Foram tantas as vezes que chorei
Por não ter noção da realidade
E se por vezes não pensei
Foi por querer um pouco de felecidade


" A Cura " - 18/04/07

Para no fim dizer que te amo...

Por favor, diz-me o que queres e o que se passou. Fala comigo, grita-me ao ouvido. Estou à espera do pior e das lágrimas. Parte-me o coração e deixa-me, aqui, sozinho. Fui cobarde em não ser eu a fazê-lo quando mereceste e agora és tu, sem razão, que me queres despedaçar. Fá-lo com dignidade, não me vires as costas. Se queres mesmo fazê-lo faz, mas nunca mais me peças para ser teu outra vez. Dei-te tudo, até o que não podia. Fiz tudo, coisas que pensava não ser capaz. Vá, deita tudo cá para fora. E se fiz algo de errado diz, caso encontres alguma coisa. Não faças de mim parvo e procura ser directa. Fala comigo, grita, bate-me. Mata-me. Atira tudo ao chão, mas sê sincera. Faz-me chorar, mas fá-lo pela última vez. Mas nunca te esqueças que até neste momento estou a amar-te.


" Para no fim dizer que te amo... " - 17/04/07

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Intenso Momento de Luar

Fraco momento de luar. Foram estas as palavras que suspirei quando fui até à varanda. A lua estava, parcialmente, encoberta pelas nuvens. A noite estava fria, mas como faço todos os dias fui tomar o meu café à varanda. Fui sentir o vento e olhar a urbe. As luzes da cidade iluminavam cada metro de terra, cada casa e cada traço de vida. As nuvens encobriam, também, as estrelas e o vento tornava a noite gélida. No ar viaja o som das palavras. Estava recitar um poema que escrevera nessa tarde, um poema com dedicatória especial. Não era o primeiro que escrevera tendo essa inspiração, mas foi esse que cantei à noite. Talvez na esperança que fosse ouvido, sentido, chorado. Sabia que, a alguns quilómetros de distância, havia alguém que adorava tê-lo ouvido. Em cada palavra que escrevo tenho-a no pensamento. Ontem, na minha varanda, olhei o céu e senti o vento, e esperei que ele levasse aquelas palavras até às planícies do meu Alentejo. Até às luzes da minha cidade. Até ao quarto onde dormia, serena e linda, a minha inspiração. Aquelas palavras chegaram a esse quarto e beijaram a face de um anjo. Olhei o céu e lá estavam, brilhante e gloriosa, a minha estrela e a lua. Fechei os olhos e despedi-me do que estava, agora, à minha frente. Um intenso momento de luar.


" Intenso Momento de Luar " - 13/03/07

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Brava Luta

São frágeis os corredores da vida
E finas as teias da mente
Neste quadro pinto a dor
O tempo e o amor
No interior do peito bate o coração
Lento mas forte
Porque o anseio é gigante
Neste meu corpo inoperante

Quente, frio
Fraco, forte
Louco, calmo
Sorte e azar

Fico aqui sentado no chão
À espera que a chuva caia
Daqui não vou sair
Até que a morte saia
Pelos caminhos da vaidade
Perdem-se os segredos da saudade
Porque o anseio é gigante
Neste corpo inoperante

Caminhos feitos de vento
E o tempo cheio de pó

Quente, frio
Fraco, forte
Louco, calmo
Sorte e azar


" Brava Luta " - 21/03/07

Fraco Instante

O que é o amor?
E quem sou eu sem ti?
Os pensamentos estão aqui
E eu perdido na dor
Nesta vida impessoal
Neste local perdido
Fugo ao que me faz mal
Neste meu mundo sem sentido

Fraco instante
Em que parti
Alma distante

Pergunto outra vez o que é o amor?
Traço riscos desgovernados
À espera de um grito de dor
E de um sorriso abafado
Entrego-me de corpo e alma
De voz e rosto
E espero um momento
Sem nenhum desgosto

Fraco instante
Em que parti
Alma distante
Sou um fraco instante
E uma alma distante

Estes são os verbso, os nomes
E os adjectivos
Da minha vida


" Fraco Instante " - 29/03/07

Ser e Ter

Talvez seja verdade
Talvez seja vaidoso
Mas quero te dizer
Que tu és a minha saudade
Não o faço para te magoar
Faço-o por feitio
Espero que um dia sejamos um
E amanhã te dê o mundo

Faço coisas sem sentido
E ás vezes perco-me
Não quero com isto me desculpar
Quero antes mudar
Tu és a vida que quero ter
Que quero ter e ser
Que mais tenho de fazer
Para mostrar que sou eu
Que tu queres ter


" Ser e Ter " - 28/03/07

Invisível Vida

Dor
O caminho que nos leva ao fim
Morfina
A paz que Deus nos deu
Fraco e lento assim é o nosso olhar
Neste nosso caso particular
Um mundo destinado à destruição
E um ser incapaz de captar
A verdadeira inspiração

Invisível vida
Transparente retrato
Intensa batida
Neste livro barato

Amor
A dor e o caminho para a paz
Ódio
A luta que todos os dias travamos
Rápido e forte assim é o pensamento
As memórias não fazem o momento
Se não parármos o tempo
As horas passam sem pensar
E nós aqui a olhar

Invisível vida
Transparente retrato
Intensa batida
Neste livro barato


" Invisível Vida " - 27/03/07

Linhas do Cruzamento

Nos confins da terra
Nasceu uma luz divina
Talhada para momentos especiais
E concebida para amar
Não existe outra igual
Neste mundo cão
E se um dia desaparecer
Eu vou deixar de ser

Fraco é o futuro
Sem a presença da luz
São caminhos que me traçam
Nesta luta que ninguém conduz

No mar se estende a razão
E no leito dos rios a confusão
Diferentes são as linhas do cruzamento
Na estrada de raízes perdidas
Longe do tempo e de tudo
Corro com sapatos de veludo

Fraco é o futuro
Sem a presença da luz
São caminhos que me traçam
Nesta luta que ninguém conduz


" Linhas do Cruzamento " - 22/03/07

quinta-feira, 15 de março de 2007

Agradecer às Cinzas

No meio de uma floresta começa um fogo. Os raios de sol embatem num espelho partido, caído entre os arbustos. Desse impacto surgiu uma faísca, que, devagar, caíu por entre as folhas secas. Num curto espaço de tempo um fumo claro apareceu vindo do chão e uma pequena chama nasceu, ganhou vida.
O dia estava quente, soprava um vento abafado. A floresta estava seca, como se estivesse à espera da morte e, depois, da vida. O fim e o princípio. O fogo foi tomando proporções bem maiores, alcançava, até, os ramos mais altos, galgava arbustos e consumia cada pedaço de vida. A velocidade era constante e intensa. O calor era insuportável e não era preciso tocar nas coisas para as destruir. Aquela floresta estava destinada à cinza. Estava destinada a ser um desenho a preto e branco. Sem vida. Uma perpétua saudade.
A alguns quilómetros de distância, uma senhora, já velha, tentava lavar a roupa num rio quase seco. A cada dia que passava aquela mulher, com um olhar que podia contar muitas histórias, olhava a floresta, mas nesse dia viu que dela saía um fumo negro. Aquele local era dos últimos onde se podia ver, ouvir e sentir vida. Decidiu, então, pegar nas forças que lhe restavam e rezar. Pediu um novo começo, pediu vida. Rezou, rezou, rezou. Recordou histórias daquele espaço, recordou a sua vida e o que a rodeava. De repente, uma lágrima começou a escorrer-lhe pelo rosto. Levantou-se, olhou o horizonte e soltou um suspiro. O céu estava limpo de tudo. Nem uma réstia de fumo negro. O fogo que consumiu parte da floresta tinha acabado. A velha ajoelhou-se, levantou os braços e disse " Obrigado mais uma vez " e caíu, morta, no chão. O fim e o princípio. Talvez por milagre aquele sítio tinha outra oportunidade. A oportunidade de um novo começo. Das cinzas nasce o novo.


" Agradecer às Cinzas " - 24/01/07

Se Assim o Quiseres

Talvez queira apenas viver
Encontrar alguém e morrer
Talvez queira confiar
E deixar-me ir na corrente
Talvez não consiga aprender o que devia
Mas talvez só queira dar
Sinto que não consigo começar de novo
Então deixa-me viver e brilhar

Aonde quer que a vida me leve
O que quer que serei
É isto que quero ver

Porque quero voar
E porque não quero chorar
E só porque gosto de andar
Não quer dizer que não me preocupe
Talvez seja um pouco diferente
Mas acho que sou justo
Talvez queira apenas viver
Talvez queira apenas dar


Traduçao da letra " Feel Free to do It So " - 14/03/07

domingo, 11 de março de 2007

Para ti

Ao olhar para ti nasceu uma lágrima de alegria
E no meu peito aumenta a batida
Frias as mãos mas quente o coração
Grito, agora, a perdição
E em tempos únicos
Recordo momentos imensos
Na praia, no campo, na cidade
E até num banco de jardim
Vivo as cores do nosso espaço
Num beijo sem fim...


" Para Ti " - 04/03/07

sexta-feira, 2 de março de 2007

Disparo no Silêncio

Vem o som de um disparo
E uma bala perdida
Que segue o seu caminho
O seu destino está traçado
E no impacto está o fim
E o princípio do recomeço
O vago grito de dor
Num perpétuo vazio

Fraco é o grito de revolta
De uma geração definida
Alienada do mundo e das balas
Num perpétuo vazio
O som de um disparo no silêncio
Ou o som da música no bairro
E no princípio do recomeço
Vive quem ainda não partiu


" Disparo no Silêncio " - 13/01/07

A Nossa Rua

Lado a lado contigo
Num jogo intenso de palavras
Olhares e emoções
Lições de amor e atenção
Em mim trago as tuas mãos
Com as quais seguro o coração
Da noite nasceu uma luz
E da luz nasceu a esperança

Gosto de ser o que sou contigo
E quem sou no teu olhar
Gosto de me ver em ti
De olhar-te sem cessar
E depois, com um gesto,
Te beijar


" A Nossa Rua " - 10/01/07

Significado

Não sei nem vou saber
Como entraste assim na minha vida
Num ápice te olhei e paralizei
São assim olhos de mongol
Depois do teu nome veio a magia
A magia de um até já
A doce despedida de um momento
Que me transformou em ti

Desta maneira te vou provar
Que tudo pode ser mais simples
Quero apenas o teu beijo
O teu abraço de saudade
Quero todo o teu fogo
E duas palavras celestes


" Significado " - 10/01/07

Vírgula

Do movimento vem o som
Com as linhas da pauta
E através do caos da mente
Segredos que revelamos
A todos menos a nós
E mentiras que trocamos
Como se fossem canções

Quem de nós tira o amor
Tira-nos a alma e o sangue
Trocamos de corpo e mente
E passeamos à deriva
Como um barco na noite
À procura de um farol


" Vírgula " - 10/01/07

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Cabo da Tormenta

Se fico colado ao chão
Sofro de permanência
Se continuo a falar
Sofro de mentira
E a vida permanece instável
Um sopro em chama
E uma casa a arder
Duas realidades diferentes
E apenas um só rosto

Na dormência me deito
À espera de um murro
Se fico sentado sem resposta
Não consigo pensar e falar
E se para o outro lado me viro
Talvez seja o verdadeiro castigo
Mas se de dentro sai a voz
Vou segui-la no horizonte


" Cabo da Tormenta " - 09/01/07

Mundo de Cor

Quem traz o sol?
Quem traz a chuva,
O mar, a terra e o vento?
O faz de conta não existe
E tudo acontece por instinto
Aqui vivemos um grito de raiva
E uma ligação directa de afecto
A transpiração de um momento
No centro do pensamento

Fraco, vento
Outro mundo de cor
Mostra o porquê
De outro mundo de cor

A famosa letra de um livro
E as páginas de uma vida
Quem me chama por certo?
Trago em mim o fogo
E uma pergunta à deriva
É um facto, um pretexto

Fraco, vento
Outro mundo de cor
Mostra o porquê
De outro mundo de cor


" Mundo de Cor " - 09/01/07

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Caixa Negra

O abismo que nos espera
E a força que nos atrai
Toda a raiva que em mim desespera
E todo o suor que de mim sai
As respostas estão escondidas
Dentro de um espelho perdido
São breves e parecidas
Com os teus segredos ardidos

Se das árvores caem as folhas
Porque não podemos nós cair do mundo?
As luzes respiram o ar das ruas
E nós o ar das casas
Todas as respostas trazem perguntas
Vindas do interior da terra
E dos nossos versos sentidos


" Caixa Negra " - 09/01/07

Grito Em Mim Por Ti

São os versos desta minha história
E as cartas que em mim vivem
São o mundo em que eu habito
São as asas do teu corpo
Os quadros cheios de cores
E o céu de um azul limpo
Isto és tu e eu
É o mar que me acorda
É o filme que passa na televisão
Mais uma história de corpo e alma
E um tempo que torna tudo mais complicado

Quem de mim te tira
Tira-me o caminho e o véu
Tira-me as cores do meu filme
Da voz sai um grito de lobo
E um traço de alma que me atinge
Mata-me do coração e explode
Explode dentro de mim e o tempo
O tempo pára e um beijo teu cai em mim


" Grito Em Mim Por Ti " - 08/01/07