quarta-feira, 11 de abril de 2007

Intenso Momento de Luar

Fraco momento de luar. Foram estas as palavras que suspirei quando fui até à varanda. A lua estava, parcialmente, encoberta pelas nuvens. A noite estava fria, mas como faço todos os dias fui tomar o meu café à varanda. Fui sentir o vento e olhar a urbe. As luzes da cidade iluminavam cada metro de terra, cada casa e cada traço de vida. As nuvens encobriam, também, as estrelas e o vento tornava a noite gélida. No ar viaja o som das palavras. Estava recitar um poema que escrevera nessa tarde, um poema com dedicatória especial. Não era o primeiro que escrevera tendo essa inspiração, mas foi esse que cantei à noite. Talvez na esperança que fosse ouvido, sentido, chorado. Sabia que, a alguns quilómetros de distância, havia alguém que adorava tê-lo ouvido. Em cada palavra que escrevo tenho-a no pensamento. Ontem, na minha varanda, olhei o céu e senti o vento, e esperei que ele levasse aquelas palavras até às planícies do meu Alentejo. Até às luzes da minha cidade. Até ao quarto onde dormia, serena e linda, a minha inspiração. Aquelas palavras chegaram a esse quarto e beijaram a face de um anjo. Olhei o céu e lá estavam, brilhante e gloriosa, a minha estrela e a lua. Fechei os olhos e despedi-me do que estava, agora, à minha frente. Um intenso momento de luar.


" Intenso Momento de Luar " - 13/03/07

Sem comentários: