quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Envolto

A televisão está ligada na TVI. Preciso de notícias fora do normal para me despertar. Dói-me a cabeça e o Pedro não pára de tocar guitarra. Mas eu até gosto. A mesa onde escrevo está super desarrumada. Estive a passar uns apontamentos e deixei os cadernos aqui. O rádio, o jornal, o telemóvel e alguns cds também se encontram aqui. É quarta-feira. Faltam dois dias para as férias natalícias. Mas não estou contente nem desejoso. Sinto-me, até, triste. A luz da sala é fraca, deixa-me melancólico. Hoje foi mais um dia de, pouca, escola. Uma aula. O resto do dia foi...aborrecido. O Natal não é a minha época preferida. Aliás, detesto. Traz-me à memória más recordações. Agora, aqui, na minha sala, que não é só minha, escrevo o que me vai na alma. É esta a única forma que encontro para desabafar.Eu, uma caneta e uma folha de papel em branco. Só nós numa sala vazia ou replecta de gente. Com barulho ou no silêncio total. Apenas a música dos Muse que toca no portátil do Pedro me consegue distrair. A música e a escrita. As únicas coisas que neste momento, e em muitos outros, me fazem respirar, me levam para outro universo onde tudo é mais simples( e ontem fui comprar os bilhetes para ir ver os Bloc Party, aqueles da música da Vodafone).
A sala encontra-se, agora, quente. Tive a brilhante ideia de ligar o aquecedor. Continuo a escrever na mesma mesa, à conversa com os meus pensamentos. O Pedro está no portátil a jogar solitário e a ouvir a sua música, cheia de guitarras como ele tanto gosta. Está distraído. Nem se apercebe que estou a olhar para ele. A tentar descobrir o que lhe vai na cabeça. Na tv está agora um casal a discutir sobre se ele deve ou não ir ter com uma senhora para fazer o seu trabalho. É a novela Tempo de Viver, e é o que consigo ver a esta hora.
É nesta sala que, há mais de dois meses, escrevo e vivo. Onde respiro e me encontro. Onde tento encaminhar-me. Onde vou conseguir encaminhar-me. É aqui, envolto nas coisas que mais gosto, ou quase todas, que vou viver por mais algum tempo. É aqui que todas as noites vejo o Pedro e as suas coisas. As minhas também estão presentes: uma caneta, uma folha de papel e música. Agora interessa-me este momento. Interessa-me o que escrevo. Agora só importam as palavras e os sentimentos. As coisas boas e também as más. As paixões e as tragédias. É assim que acabo mais um dia. Envolto em ti.

" Envolto" - 13/12/06

E no princípio tudo foi assim...

A tarde estava seca. O sol queimava. O vento soprava fraco, uma pequena brisa que mal fazia mover as folhas das árvores. A única rua de uma pacata aldeola estava deserta. As casas estavam fazias de tudo. Ao fundo da rua surgiu uma sombra. Grande e magra. Percorreu a estrada em zig-zag, como se estivesse fraca, como se não conhecesse o chão que pisava. E não conhecia. Do lado oposto surgiu um homem. Altivo e seguro de si. Os dois aproximaram-se. Frente a frente duas formas de vida. Mas nem um som, nem uma palavra. Os olhares que direccionavam electrizaram a rua. O vento começou a soprar mais forte e as nuvens cobriram o céu, até então azul. O sol, esse, tentou enviar alguns raios de luz mas as nuvens, negras, não permitiram. Do nada surgiu a noite.
Passaram-se horas e daqueles dois seres não se ouviu nada. No entanto, os olhares diziam tudo. Eram frios. A sombra queria voltar para o corpo do homem, queria corrumper cada centímetro de carne e cada traço de alma. O homem, que se vira livre dela, não mais a queria sentir. Os tempos que passou no sofrimento tiraram-lhe anos de vida. E agora que estava livre e forte queria o seu fim.
Naquela aldeola fantasma, naquela rua deserta um duelo começou. Um duelo que dura há séculos. Frente a frente o homem contra os seus medos, o seu passado, o presente e o futuro, a vida e a morte. Em causa estava a esperança. E o que poderia ser melhor do que uma vitória do homem? Frente a frente Luz e Trevas. Vida e Morte.


" E no princípio tudo foi assim... " - 08/11/06

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Judgement Day

Someday I will rise
Between the darkness and the sunlight
In a place where confusion seems right
Where problems are judge
By a man who doesn't fear death
His principles are based in the emptiness of his mind
He only sees thoughts, he's blind
He cannot judge people by their acts
Because he learned the values of life
And the only thing he fears his is knife
People continue to destroy their world, it's insanity
They seem to love their vanity

I just want a judgement day
When people will learn and pay
For their own mistakes
And for all the hate

When I hear the souls crying
I will be dead and flying
My hopes are more than words
And everything I want is to hear the birds
Everyone is full of pride about their acts
No one knows how to live
They have to face the facts
And start to believe

I just want a judgement day
When people will learn and pay
For their own mistakes
And for all the hate


" Judgement Day " - A primeira de sempre

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Anjo Descalço

De volta à planície onde nasceste
E onde procuraste o teu ser
Perante a natureza, tua mãe
E onde caminhaste sem ver
Saíndo da sombra
Escolheste um caminho perigoso
Onde um dia irás voltar
Pisas com os teus pés nus
Pedaços de vidro partidos

Quebras, neutralizas
Lutas, realizas

A forma que concebes
Ajusta-se ao teu corpo
O onde criaste a tua vida
Nasce, agora, um bilhete de ida
Capaz de viajar entre as nuvens
E descer para salvar
És um anjo vindo de lá
Um anjo que veio para ficar

Quebras, neutralizas
Lutas, realizas


" Anjo Descalço " - 03/10/06

I Need A Teacher

Let's make living
I've been missing
I'm a target
A moving piece
Something cold
A lost toy
Inside a mold
And I can't change, I can't change
Unless...

Give me a teacher
Give me a teacher
A prophet

I wanna make living
Cuz I've been missing it
My head has a red dot
A road to a bullet
My end is near
I can feel it
Unless...

Give me a teacher
Give me a teacher
A prophet


" I Need A Teacher " - 16/11/06

domingo, 26 de novembro de 2006

Bush Who?

Our lives are fading away
As bombs fall down everyday
There's one leader that's killing
And destroying inocent lives
Just for power and power
Cuz his land is too good to dig
So he kills when he wants
Let's protest and take him away
And live peacefuly everyday

Sing along, all the way
Make a move, believe

He's a fucking terrorist
Leading us to war
Young kids that wanna live
Flying away to death
It's in our hands to change it
Make a stand and fight
This is our time

Sing along, all the way
Make a move, believe


" Bush Who? " - 16/11/06

Off And On

Forgotten words in paper
Left behind in a desert
The sun is hot and
The sand burns like fire
I'm walking in circles
Looking for the answers
All of my time was spent
Beneath people's shadow

Every cloud, every tear
All at the same time
While I stood beside
Lies and goodbyes

Can I wait a little longer?
Just until the fall
So it's easier to look again
The wind blows stronger
And it's getting colder
In this desert I wait for life
To hold me until I die

Every cloud, every tear
All at the same time
While I stood beside
Lies and fucking goodbyes


" Off And On " - 15/11/06

Gritar ao Mundo

Adoro-te, não somente pelo que és
mas pelo que sou quando estou contigo!
Adoro-te, porque puseste a mão pela minha alma
e passaste por debaixo das minhas fraquezas!
Adoro-te, porque com o teu carinho
despertaste esta luz que ninguém antes tinha conseguido...!

Procurei no horizonte uma nova forma de ser feliz...
Não encontrei!
Procurei na noite uma suave maneira de sonhar...
Não adormeci!
Procurei, então, onde a razão não pode alcançar...
E deste sonho despertando, fui dentro de mim,
profundamente e quase sem querer,
descobri-te por entre letras mágicas e risos escondidos!
Jamais pensei que houvesse alguém assim
tão amável e verdadeira como tu!
e conseguisse despertar tal sentimento em mim...

Ontem, apenas gostava de estar a teu lado...
Hoje, percebo o quanto gosto de ti
Fecho os olhos para imaginar o teu doce rosto...
E então, cheio de saudades,
Consigo apenas escrever uma frase...
Amo-te...

Gritar ao Mundo - Este não é meu. Achei-o muito bom!

domingo, 19 de novembro de 2006

Plastic Is Over

Every number makes time
In this urban jungle
Where we lost our hearts in the rain
And made everything in vain
I fought against the wild
Against demons that make minds
This is the begining of something fake
A place where we cannot taste
Just waste space

And it's time to fight back
To get ourselves back on track
To feel again
To erase our plastic pain

There's some truth about this
But nature is what we miss
Every sound and light of life
I wanna say it's about time
Correct me if I'm wrong
Don't we need to be more strong?
Let's turn this urban jungle
To something ours and true

And it's time to fight back
To get ourselves back on track
To feel again
To erase our plastic pain


" Plastic Is Over " - 16/11/06

sábado, 18 de novembro de 2006

I've Been Missing Your Everything

She makes me feel fine
She's the one that makes me fell alright
She's the light in my darkness
And the eye of my life
Everytime I wake up
She's the first one I see
And that makes me fell free

Come back to me
And hold me higher
I wanna taste your kiss again
And your arms around my weak body

I wanna make a move
But I'm afraid she won't
You can't imagine how I feel
When you keep on saying no
But I won't give up
Now that I know you're my only love

Come back to me
And hold me higher
I wanna taste your kiss again
And your arms around my weak body

Just a kiss, a smile
Tell me one day
You'll be part of my life

Come back to me
And hold me higher
I wanna taste your kiss again
And your arms around my weak body


" I've Been Missing Your Everything " - 16/11/06

domingo, 12 de novembro de 2006

January 2006

I don't know what to do
I bleed everytime I close my eyes
I wonder where they are
Taking everything from me
In these hoods I'm lost
Buried under
I was hit by a thunder
Can you take it all away
So I can runaway

Ohhh, I live in pain
I live in vain
Ohhh, I'm not he same
And that's my shame
I came along
And it hit me so strong

I'm falling behind
Everything is falling in my mind
Is like death and debt
The needle in the vein
I'm fading, blocking
Can you take it all away
Please, take it all away


Ohhh, I live in pain
I live in vain
Ohhh, I'm not the same
And that's my shame
I came along
And it hit me so strong

I can't take it
I can't take it


" January 2006 " - Janeiro de 2006 ( data )

Déjà Vu

Just how long do you wanna keep
This secret inside your wounded soul
Let me turn around and skip
I must collect my spirit and have control
Put another light to blind me
As I hide the sacrifice I've been
Have you ever seen the edge
Look down and pray for salvation

Close the door
And find your way
Close them like before
Wait in grey

It's my mind that's sick
And I feel my bones getting weak
I stay inside this shell
And buried in stories to tell
What a great joy
To find myself as a toy
Don't you know my sins
Just keep it close to the fire

Close the door
And find your way
Close them like before
Wait in grey


" Déjà Vu "

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Amor

Amor. O que é?

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Because I'm Done

I was alone
Feeling nauseous
Making myself once again
Trying to forget my past
There's someone in the back
Looking straight at me
I fell something's catching me
It must be something I can't see

I'm falling behind
Feeling aside
Trying so hard just to forget
Crawling inside
Killing my mind
Trying so hard just to forget

I'm not myself anymore
See me under your door
I'm feeling sick, I steal
I need to pick someone's pill
Behind these scars I fell
Into a psycadelic hell
I was caught this time
Make sure I'm left behind

I'm falling behind
Feeling aside
Trying so hard just to forget
Crawling inside
Killing my mind
Trying so hard just to forget


" Because I'm Done " - 15/03/06

Mass-Destruction

Walls made of angels
And an house made of flames
A strange homeless inside
And a letter and a name
Thick dust on the air
What a beautiful nightmare
A thousand years to go
And butterflies going with the flow

Waves of mass-destruction
Hurricanes on our way
Beautiful intentions
A million lies to erase


" Mass-Destruction " - 29/09/06
Dedicado ao cowboy George W. Bush

Factos

O verdadeiro sentido das coisas não está ao alcance de todos. Há dias em que nos sentimos perdidos, prestes a colidir com o futuro. Parece que o mundo está a minutos do fim. Perdemo-nos nas profundezas dos nossos mais sombrios pensamentos. As memórias e os afectos tornam-se confusos, os sentimentos misturam-se e o nosso ser passa por uma fase de puro desconcerto. E choramos. Será um teste ou o destino? Talvez seja o fim das coisas e de nós próprios. Tudo isto agarra-nos e atira-nos ao chão e quase sempre perdemos os sentidos. Acordamos horas depois num sítio totalmente desconhecido, onde as pessoas são estranhas e o mundo está ao contrário. Encontramo-nos vazios. E choramos. Queremos fugir para bem longe, na tentativa de esquecer tudo aquilo por que lutámos, queremos afugentar o sentimento de que tudo foi em vão. E isso quebra-nos o coração. Arranca-nos a alma. É, então, quando nos apercebemos que perdemos. E sim, tudo foi em vão.


" Factos " - 31/10/06

Quarto Escuro

Aqui no meu quarto, escuro, permaneço em silêncio. Procuro a vontade e uma caneta. Quero escrever às escuras. Quero lançar ao mundo as minhas solenes palavras, os meus traços de jovem à procura de um momento. Aqui vou ficar até me encontrar. Até algo me tocar e me levantar deste chão frio como gelo. Hoje perdi-me. Hoje chorei e descobri os meus erros. No meu quarto me entendo. Aumento o volume da música para ninguém me ouvir gritar. No meu quarto sinto-me independente mas à mercê dos meus demónios. Hoje quero encontrar-me. Quero o silêncio depois dos gritos. Quero a vontade e uma caneta. Aqui vou permanecer. À espera. Há dias em que as promessas não valem nada, os sonhos são ilusões e o futuro não parece tão risonho. Hoje estou a divagar. A pensar na vida, no que quero e no que não quero. Estou agarrado ao passado mas a pensar no futuro porque o presente me entristece. Estou à janela do mundo a olhar o meu quarto escuro. Estou deitado neste chão frio como gelo a vislumbrar o vazio. Hoje, aqui, espero encontrar-me.


" Quarto Escuro " - 30/10/06

domingo, 29 de outubro de 2006

Long Slow Goodbye

I was trying to hear you
Trying to use you like you do
I wrote these letters just for you
And now I put them in a box
So hard and dull
So many things I've lost
Say goodbye
Say goodbye

So long, I'm moving to the sun
Leaving everything I've done
Just another long slow goodbye
To everyone who's here tonight

Nothing else is a waste of life
A waste of skin and time
Find another space to taste
Another place to hide your face
See me walk away
Say goodbye
Say goodbye

So long, I'm moving to the sun
Leaving everything I've done
Just another long slow goodbye
To everyone who's here tonight

So long
My hopes are a question of time
This is me saying goodbye


" Long Slow Goodbye "

Let Tomorrow Come Today

Say what you wanna say
Do what you want to
There's no other time
This is now or never
Do you feel like talking?
Are you trying to find yourself?
Say what tou wanna say
Don't wait for the last minute

And you fell like you've been ignored
Don't you let yourself bored
These are the words you need
The love to make you complete

When you find life within
You'll know how to reach the skies
Tell yourself not to quit and try
Your heart will find a way
A way of rush to the start
To close your eyes and touch the stars
Say what you wanna say
Let tomorrow come today

And you fell like you've been ignored
Don't you let yourself bored
These are the words you need
The love to make you complete


" Let Tomorrow Come Today "

sábado, 28 de outubro de 2006

Lights

Some lives cannot be saved
Some truths lay beneath our feet
This is manipulation of a mind
Every second dies within the eye
Every single tear falls
Down the skin that crawls
Is now or never
Forever and ever

Just let the sun
Fall over you
Just let the sun
Bright every you

A hand full of nothing
A chest full of hands
Every beat drys the anger
Of a self-destructive trend
Take all the time you need
Just make sure that's the medecine

Just let the sun
Fall over you
Just let the sun
Bright every you


" Lights "

domingo, 22 de outubro de 2006

Hanging Rope

I walk around the block
Feeling everyone
But there's no one around
Step by step I'm on my way
Closed doors from the summer sun
Walking lives empty inside
To low and hollow
No trust and freedom
No hearts to follow

We never came ( we live in shame )
We never came ( we live in shame )

I walk around the same street
Medication is what I need
The summer sun iluminates
But everyone runs from it
Walking lives empty inside
Healthy hearts left behind
I found myself in this big city prision
Runing from people's lack of vision

We never came ( we live in shame )
We never came ( we live in shame )

There's no other joy like feeling alive
Do something
Keep your chances alive this time

We never came
We never came
We live in shame
We live in Shame


" Hanging Rope "

Tempos Ardidos

Juntámos tudo para sempre
E mesmo assim deixaste-me para trás
Agora que eu percebi o que falta em mim
As coisas que trocámos não têm fim
E continuo a guardá-las na mesma caixa
O calor dos objectos é igual e apenas mudou
O sentido das palavras e dos espelhos partidos
Tudo aquilo que tívemos parece efémero
E assim permaneço
Na quietude do silêncio

Cigarros apagados no chão junto ao cinzeiro
E cartas queimadas dentro dele
O cheiro a fumo na minha sala
É a prova da minha dor
Acordo de manhã bem cedo
Depois de uma noite de pesadelos
O teu nome é tudo o que toco
É tudo o que vejo e falo
No silêncio da noite percorro apenas um caminho
Que me leva de volta às minhas cinzas


" Tempos Ardidos "

sábado, 21 de outubro de 2006

Dor

Dor. Intensa e incessante. Implacável e moribunda. Capaz de deixar ao sofrimento o mais pequeno ser vivo. Fria e inevitável. Terrível e agonizante. Momentos que deitam a baixo qualquer um de nós. Mortal e irrespirável. É uma fase, um período. Fracção da vida que nos ajuda a aprender, a encarar tudo de novo. Todos nós sofremos com ela. Não existem excepções nem denegações. Apenas factos e consequências. E sentimentos que nos levam até ela. Amor, ou a falta dele, decepções, rejeições, fracassos, fúria e o ciúme são alguns exemplos que nos podem lever à loucura, para depois serem parte do processo de cura. São provocadores mas ao mesmo tempo curativos. São a consequência e a regeneração. São produtos do nosso ser que nos levam à dor e depois ao renascimento. Tudo aquilo que sentimos resulta da nossa capacidade de interiorização. Da nossa capacidade de assimilar experiências e evoluir. Hoje somos seres capazes do impossível. Mas também sabemos que é impossível escapar à dor. Assustadora e pertencente. Inconveniente mas necessária. Dor: sofrimento; pesar; arrependimento.


" Dor " - 18/10/06

Sonho

Noite. A pequena luz que surgia ao fundo parecia saída de um filme de terror. Era fugitiva e fraca, como se, de repente, surgisse alguém capaz de me assustar. Essa mesma luz continuava ao longo de um lago, perturbante mas ao mesmo tempo calmo. Dava-me a sensação de abandono mas ao mesmo tempo de companhia. Fui caminhando por entre as árvores da floresta à procura de um abrigo, um refúgio. A chuva começara a cair. Dormir era impossível, só conseguia pensar naquela luz. Desde o dia em que chegara só conseguia pensar nela.
Manhã. O sol raiava resplandecente por entre as mesmas árvores que seguira anteriormente. Levantei-me e pus-me a caminho. Horas e horas de um passeio não planeado. Como chegara não sabia. No entanto, as marcas nas pernas e braços davam a sensação de queda, bastante violenta por sinal. Ao fim de quilómetros dei de caras com um rio, límpido e puro. Água cristalina. Estava capaz de a beber toda. A sede apertava. Minutos depois, um uivar sobressaltou-me. Segui o chamamento daquele animal. Algo me dizia que era o caminho certo. Era meu desejo voltar a ver o lago. Mas cedo me perdi. A luz do dia ía desaparecendo. A noite chegara. Consegui dormir um pouco, mas acordei a meio do sono. De novo o uivar. Levantei-me e assustei-me. O animal estava à minha frente. Parecia feroz e faminto. Olhar de predador. Os seus olhos, rasgados, estavam direccionados a mim. E eu pronto para fugir. Mas as pernas não se moviam. Estava preso a tudo. De mãos e pés atados. À mercê daquele animal. Os minutos que se seguiram foram de agonia e desespero. O animal aproximou-se, devagar. Olhou-me nos olhos e ali ficou. De repente, a batida do meu coração acalmou. Senti as mãos e os pés livres outra vez. Aquele olhar, que antes me arrepiava, trouxe-me de volta ao meu quarto. Sossegado. Calmo. Tudo aquilo fora uma visão. Uma lembrança do passado e a recordação da única pessoa que me acalmava. Um sonho, nada mais que um sonho. Um simples mas expressivo sonho.


" Sonho " - 17/10/06

domingo, 15 de outubro de 2006

Nestes Dias

É fogo, é chama
É água e vento
Por ti chamo
Reclamo um momento
Em ti eu quero
Por ti eu espero
Uma luz, um sol
Uma vida envolvida

Os factos são reais
São meus os ideais
Quero-te a meu lado
Nesta relva deitados
Abraçado a ti
Numa areia de prata
Num mar de ouro
E assim te digo
Que és tu quem eu sigo


" Nestes Dias " - 09/09/06

Broken Hearts Will Never Be Free

It's hard to say no
When you look at my eyes
Cuz your light is blinding me
My feet are burning, I'm runing
Take me as I am
And don't follow your big plan
You're the right girl, am I the right man?

Broken hearts belong to me
Our love will never be free
Our love will never be free

Yes I'm thinking about my doubts
Wondering if I'm doing it well
Cuz your troubles are pulling me in
And I'm starting to fall in the swell
Take me as I am
I'll be the right man, don't make a plan

Broken hearts belong to me
Our love will never be free
Our love will never be free


" Broken Hearts Will Never Be Free " - 31/07/06

Fall and Be Held

Fall into you
Fall in your truth
It's all I ever wanted
Fall in your grace
Fall in your face
It's all I ever wanted
Fall in your arms
Fall to heal your scars
It's all I ever wanted

Held by your hands
Held by your land
It's all I ever wanted
Held by your words
Held by your world
It's all I ever wanted
Held by your mind
Held to be inside
It's all I ever wanted


" Fall and Be Held " - 29/09/06

Laços

Este é o caminho que sigo
Através das sombras uma luz vejo
É uma vida, um sinal no escuro
Procuro um momento
Algo que me faça descansar e aproveitar
Esta vida que sigo não tem fim
É um ser infinito em que eu habito

Acordo de uma noite a teu lado
Olho a janela e o sol brilha
Ilumina a tua face, os teus olhos
Agora sim estou descansado
Ao ver-te levantar sigo os teus passos
E percebo os nossos laços


" Laços " - 09/09/06

Shivers

Take it from your head
And put it in your hand
It's a spark, a light, a flame
Nothing more than a name
You wanna take it to the otherside
And wash it in the river
But first you need to look it in the eyes
And when it shivers...

Everytime you close your eyes
It shivers
And all the things you do these nights
It shivers, it's light

With your hands you wash it
So it can be seen by others
But everyone else have one
But you know this is it
Every single time, every single place
It iluminates and brings you grace

Everytime you close your eyes
It shivers
And all the things you do these nights
It shivers inside
In your heart and in your mind


" Shivers " - 09/08/06

Just to Be

We sail today
When the sun goes down
Following the stars and the moon
Following mother nature's sounds
And now you say
I wanted this, I want you
We sail today somewhere new

Here we go sailing away
Breathing today, here we go
Remember our last night
Cuz we're sailing through the light

Let's follow the sea
And everything around us
I want to join you in your bliss
And hold your hands on this ship
I'll be forever in thi place
Just to be in your grace
We sail today, we'll embrace

Here we go, sailing away
Breathing today, here we go
Remember our last night
Cuz we're sailing through the light


" Just to Be " - 07/08/06

Gesto de Chamar

Aquece o espaço
Em que eu habito
E trás de volta o orgulho
Em que eu me embrulho
Os teus passsos voam como pássaros
Livres e deixados ao ar
Dançando livremente
Como uma canção de embalar
Foge para espaço livre
Onde para sempre vais voar

Falta-me o ar
Com o teu gesto

Agora que aqui te encontras
Perco-me no teu olhar
Profundo como o mar
Esse teu abraço que me acolhe
Percorre-me o corpo e o meu medo encolhe
Trazendo de volta o espanto
Que é o teu encanto

Falta-me o ar
Com o teu gesto

" Gesto de Chamar " - 02/10/06

sábado, 14 de outubro de 2006

O Silêncio

Numa sala vazia de tudo um homem tentava encontrar aquilo que perdera. Percorreu cada canto da sala, cada pedaço de madeira que pudesse esconder algo. Uma busca que ao fim de umas horas parecia não ter fim, parecia impossível. Mas ele continuou. O que o fazia mover ninguém sabe, nem mesmo ele. Mas ele continuou. A única coisa que se ouvia, o único som naquela sala era o som dos passos, que ecoavam, secos e curtos. A cada segundo que passava o desespero crescia. A cada minuto o aperto no coração era maior. A cada hora crescia um vazio dentro do homem. Numa das paredes havia uma janela, dela apenas se via o nada. Escuridão. Vazio. O homem espreitou mas nada viu. Tudo em volta desaparecera, ficara apenas o ar, e mesmo esse era pesado e amargo. Os passos continuaram, mas desta vez eram rápidos e inseguros. A impaciência tomava, agora, conta do corpo e do espírito do homem. O desespero era cada vez maior e o homem começava a perder a esperança. A única coisa que lhe restava, que lhe dava forças para continuar. Mas mesmo assim continuou. O tempo foi passando. Ao quinto dia um pequeno raio de luz entrou na sala, iluminando apenas uma pequena marca no chão de madeira. E ali estava o primeiro fragmento do seu sonho. Um sinal. Uma lágrima de alegria. O homem ajoelhou-se e num olhar cheio de mistério tocou-a. A luz tornou-se mais intensa. Foi então que o homem percebeu porque estava ali. Percebeu que não estava sozinho. Tudo ficou mais claro. As palavras começaram a sair em direcção ao pequeno raio de luz. O homem estava a falar com o que procurava, o seu amor. Mesmo sem ver ninguém sabia que não estava sozinho. Promessas incessantes, juras e abraços foram revelados. Naquela sala vazia estava um homem. Falava sozinho mas para todos, sozinho mas para ela, sozinho mas para o silêncio.


" O Silêncio " - 14/10/06

Abriu

Comentem, podem corrigir e criticar...é vosso.