terça-feira, 31 de outubro de 2006

Quarto Escuro

Aqui no meu quarto, escuro, permaneço em silêncio. Procuro a vontade e uma caneta. Quero escrever às escuras. Quero lançar ao mundo as minhas solenes palavras, os meus traços de jovem à procura de um momento. Aqui vou ficar até me encontrar. Até algo me tocar e me levantar deste chão frio como gelo. Hoje perdi-me. Hoje chorei e descobri os meus erros. No meu quarto me entendo. Aumento o volume da música para ninguém me ouvir gritar. No meu quarto sinto-me independente mas à mercê dos meus demónios. Hoje quero encontrar-me. Quero o silêncio depois dos gritos. Quero a vontade e uma caneta. Aqui vou permanecer. À espera. Há dias em que as promessas não valem nada, os sonhos são ilusões e o futuro não parece tão risonho. Hoje estou a divagar. A pensar na vida, no que quero e no que não quero. Estou agarrado ao passado mas a pensar no futuro porque o presente me entristece. Estou à janela do mundo a olhar o meu quarto escuro. Estou deitado neste chão frio como gelo a vislumbrar o vazio. Hoje, aqui, espero encontrar-me.


" Quarto Escuro " - 30/10/06

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