quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Envolto

A televisão está ligada na TVI. Preciso de notícias fora do normal para me despertar. Dói-me a cabeça e o Pedro não pára de tocar guitarra. Mas eu até gosto. A mesa onde escrevo está super desarrumada. Estive a passar uns apontamentos e deixei os cadernos aqui. O rádio, o jornal, o telemóvel e alguns cds também se encontram aqui. É quarta-feira. Faltam dois dias para as férias natalícias. Mas não estou contente nem desejoso. Sinto-me, até, triste. A luz da sala é fraca, deixa-me melancólico. Hoje foi mais um dia de, pouca, escola. Uma aula. O resto do dia foi...aborrecido. O Natal não é a minha época preferida. Aliás, detesto. Traz-me à memória más recordações. Agora, aqui, na minha sala, que não é só minha, escrevo o que me vai na alma. É esta a única forma que encontro para desabafar.Eu, uma caneta e uma folha de papel em branco. Só nós numa sala vazia ou replecta de gente. Com barulho ou no silêncio total. Apenas a música dos Muse que toca no portátil do Pedro me consegue distrair. A música e a escrita. As únicas coisas que neste momento, e em muitos outros, me fazem respirar, me levam para outro universo onde tudo é mais simples( e ontem fui comprar os bilhetes para ir ver os Bloc Party, aqueles da música da Vodafone).
A sala encontra-se, agora, quente. Tive a brilhante ideia de ligar o aquecedor. Continuo a escrever na mesma mesa, à conversa com os meus pensamentos. O Pedro está no portátil a jogar solitário e a ouvir a sua música, cheia de guitarras como ele tanto gosta. Está distraído. Nem se apercebe que estou a olhar para ele. A tentar descobrir o que lhe vai na cabeça. Na tv está agora um casal a discutir sobre se ele deve ou não ir ter com uma senhora para fazer o seu trabalho. É a novela Tempo de Viver, e é o que consigo ver a esta hora.
É nesta sala que, há mais de dois meses, escrevo e vivo. Onde respiro e me encontro. Onde tento encaminhar-me. Onde vou conseguir encaminhar-me. É aqui, envolto nas coisas que mais gosto, ou quase todas, que vou viver por mais algum tempo. É aqui que todas as noites vejo o Pedro e as suas coisas. As minhas também estão presentes: uma caneta, uma folha de papel e música. Agora interessa-me este momento. Interessa-me o que escrevo. Agora só importam as palavras e os sentimentos. As coisas boas e também as más. As paixões e as tragédias. É assim que acabo mais um dia. Envolto em ti.

" Envolto" - 13/12/06

E no princípio tudo foi assim...

A tarde estava seca. O sol queimava. O vento soprava fraco, uma pequena brisa que mal fazia mover as folhas das árvores. A única rua de uma pacata aldeola estava deserta. As casas estavam fazias de tudo. Ao fundo da rua surgiu uma sombra. Grande e magra. Percorreu a estrada em zig-zag, como se estivesse fraca, como se não conhecesse o chão que pisava. E não conhecia. Do lado oposto surgiu um homem. Altivo e seguro de si. Os dois aproximaram-se. Frente a frente duas formas de vida. Mas nem um som, nem uma palavra. Os olhares que direccionavam electrizaram a rua. O vento começou a soprar mais forte e as nuvens cobriram o céu, até então azul. O sol, esse, tentou enviar alguns raios de luz mas as nuvens, negras, não permitiram. Do nada surgiu a noite.
Passaram-se horas e daqueles dois seres não se ouviu nada. No entanto, os olhares diziam tudo. Eram frios. A sombra queria voltar para o corpo do homem, queria corrumper cada centímetro de carne e cada traço de alma. O homem, que se vira livre dela, não mais a queria sentir. Os tempos que passou no sofrimento tiraram-lhe anos de vida. E agora que estava livre e forte queria o seu fim.
Naquela aldeola fantasma, naquela rua deserta um duelo começou. Um duelo que dura há séculos. Frente a frente o homem contra os seus medos, o seu passado, o presente e o futuro, a vida e a morte. Em causa estava a esperança. E o que poderia ser melhor do que uma vitória do homem? Frente a frente Luz e Trevas. Vida e Morte.


" E no princípio tudo foi assim... " - 08/11/06

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Judgement Day

Someday I will rise
Between the darkness and the sunlight
In a place where confusion seems right
Where problems are judge
By a man who doesn't fear death
His principles are based in the emptiness of his mind
He only sees thoughts, he's blind
He cannot judge people by their acts
Because he learned the values of life
And the only thing he fears his is knife
People continue to destroy their world, it's insanity
They seem to love their vanity

I just want a judgement day
When people will learn and pay
For their own mistakes
And for all the hate

When I hear the souls crying
I will be dead and flying
My hopes are more than words
And everything I want is to hear the birds
Everyone is full of pride about their acts
No one knows how to live
They have to face the facts
And start to believe

I just want a judgement day
When people will learn and pay
For their own mistakes
And for all the hate


" Judgement Day " - A primeira de sempre