quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

E no princípio tudo foi assim...

A tarde estava seca. O sol queimava. O vento soprava fraco, uma pequena brisa que mal fazia mover as folhas das árvores. A única rua de uma pacata aldeola estava deserta. As casas estavam fazias de tudo. Ao fundo da rua surgiu uma sombra. Grande e magra. Percorreu a estrada em zig-zag, como se estivesse fraca, como se não conhecesse o chão que pisava. E não conhecia. Do lado oposto surgiu um homem. Altivo e seguro de si. Os dois aproximaram-se. Frente a frente duas formas de vida. Mas nem um som, nem uma palavra. Os olhares que direccionavam electrizaram a rua. O vento começou a soprar mais forte e as nuvens cobriram o céu, até então azul. O sol, esse, tentou enviar alguns raios de luz mas as nuvens, negras, não permitiram. Do nada surgiu a noite.
Passaram-se horas e daqueles dois seres não se ouviu nada. No entanto, os olhares diziam tudo. Eram frios. A sombra queria voltar para o corpo do homem, queria corrumper cada centímetro de carne e cada traço de alma. O homem, que se vira livre dela, não mais a queria sentir. Os tempos que passou no sofrimento tiraram-lhe anos de vida. E agora que estava livre e forte queria o seu fim.
Naquela aldeola fantasma, naquela rua deserta um duelo começou. Um duelo que dura há séculos. Frente a frente o homem contra os seus medos, o seu passado, o presente e o futuro, a vida e a morte. Em causa estava a esperança. E o que poderia ser melhor do que uma vitória do homem? Frente a frente Luz e Trevas. Vida e Morte.


" E no princípio tudo foi assim... " - 08/11/06

1 comentário:

Anónimo disse...

tao e no fim hum?