terça-feira, 24 de julho de 2012

Traços

Corri o campo com a força de um jovem. Saltei as cercas e subi às árvores. No cimo de uma oliveira dei por ti. O sol batia-te na cara e os teus olhos brilhavam. Foi bom, foi confortável. Peguei na tua mão e trouxe-te parra terra. Contigo vi as flores silvestres e os pequenos riachos. Corremos as estradas de terra e vimo-las transformarem-se em macadame, no macadame da tua cidade: de prédios altos, de igrejas, de jardins e de água. A água do teu rio, do teu rio imponente. Quando a noite caiu, abracei-te e perdi-me em ti. E é fácil perder-me em ti porque é fácil encontrar-me depois, e encontrar-te a ti, outra vez no nosso abraço.

P.