terça-feira, 22 de abril de 2008

Abril, Lágrimas Mil

Novamente o meu quarto escuro. Aqui estou eu, perdido outra vez. A chorar lágrimas de paixão e de mais uma derrota. E é tudo tão pesado. Hoje senti o fim e foi terrível. Aquelas palavras desceram sobre mim e caí, redondo, no chão. Nunca me senti assim. Sem esperança, vazio e derrotado. Nunca me senti tão só. Sim, sinto-me sozinho e desesperado e fraco. Hoje quero desaparecer. Voar para bem longe e, talvez, nunca mais voltar.
Porque tem de ser tudo tão difícil? A vida, o Amor e a tragédia. Porque será que na derrota não somos mais fortes? Meu Deus, é tudo tão difícil. E esta noite vou pairar sobre o ontem. Vou recordar, com saudade e mágoa, o passado. Vou viver tudo de novo, nem que as lágrimas voltem a molhar a minha face. Não sei se algum dia tudo será perfeito, mas sei que, consciente ou inconscientemente, vou esperar e vou desejar tanto esse dia. Porque é muito mais fácil esperar do que desistir.
A minha face está abatida e os olhos reflectem uma alma destroçada e cheia de Dor, à procura de um abrigo. Alguns pedaços de coração caem sobre o chão, frio e cru, do meu quarto. São os fragmentos do meu ser, na mais pura das tragédias. As lágrimas ajudam-os a desaparecer e o pensamento tenta esquecer, por hoje, o que se passou. Tento fechar os olhos e descansar, porque dormir vai ser impossível.


" Abril, Lágrimas Mil " - 21/04/08

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sábado, 19 de abril de 2008

Submundo

O som das máquinas rompe com o silêncio
A urbe ganha vida e entusiasma-se
Eu acordo e olho dia
Sem ter noção da realidade
Nunca saí deste quarto escuro
Nunca fui à procura do mundo
A única fatia de vida que abraço
É a luz tímida que atravessa a janela
As palavras que oiço lá fora
São apenas ruído para os meus ouvidos
Não quero saber de segredos dos outros
Pois os meus já me deprimem
As paredes que me cercam
São feitas de mágoa e arrependimento
E cada lágrima que em mim nasce
Percorre o corpo em busca do coração
Este desabafo é igual a tantos outros
São confissões de gente angustiada
Hoje escrevo para não chorar
Amanhã leio para não esquecer
Aqui o tempo transforma-se em pó
E tudo parece tão distante
Os dias, as horas e os minutos
Tudo e todos desvanecem e não vivem
Os meus passos são curtos e secos
Incapazes de me projectar
Tudo o que olho parece tão irreal
Mas neste quarto vou viver até um dia voar


" Submundo " - 23/02/08

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A Minha Terra

Passeio ao longo de caminhos velhos e destruídos pelo tempo. Estradas de terra por onde já passaram tantas gerações, tantos dialectos e tantas colheitas. Por aqui, desabrocharam paixões e nasceram tragédias. Estes ruas são feitas de histórias, testemunharam promessas, guerras e reconciliações. Ao pisar estas pedras e esta terra sinto o poder dos tempos e nada parece tão real. Este local é o único que me dá esperança e me faz crescer. É aqui que olho o céu e vejo o infinito.


" A Minha Terra " - 10/04/08

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A Love, a Flame, an Eye

If no one can help you
Catch the sparks around your soul
And if you close your eyes
You'll see things so high
You are the beautiful love
A rush of blood to the head
There's no one like you in here
Please turn around and erase our fear

Open your arms and touch the mind
Open your arms and touch the mind

I want you to be the light
The unforgettable truth
Cause this wish means a lot
It holds the fight of a thought
The living is not so well
There's demons across the room
Help us fight the shame
You are the secret flame

Open your arms and touch the mind
Open your arms and touch the mind

Open your arms and touch the mind
Open your arms and touch the mind


" A Love, a Flame, an Eye " - 10/04/08

A Ruína

O meu coração bate sem pressa
E todo o meu corpo adormece
Esta noite vou regressar ao passado
E alterar o que me deixou derrotado

Sei que nunca mais vou voltar a ver
O céu e o mar
Mas se conseguir entrar no pensamento
Irei descobrir como travar o vento

Uma desgraça nunca vem só
Traz com ela a dor nua
Que no chão frio se deita
E uma alma enfeita

Não quero mais voltar a sofrer
Nem sentir o peito tão pesado
Quero ver os sonhos como estrada
Quero ser a luz na alvorada


" A Ruína " - 08/04/08

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Nuvem

Amanhã vou morrer
Amanhã quero voar
Não há nada que me prenda aqui
Apenas dor, confusão
Os meus olhos estão há muito vendados
Impedidos de ver o sol
A luz toca-me a face
Ofusca-me o presente
À noite choro o que sou
Imagino quem serei
E quando o sol nascer
Irei perguntar como será o amanhã
Aos olhos dos outros sou um deles
Despreocupado e talvez feliz
Mas em casa dou por mim perdido
Em mares de erros e mágoa
Tudo isto não faz sentido
Não fiz nada para o merecer
Mas talvez seja a única forma de aprender
A não dar tudo de mim
Preciso de me proteger
Sem entrar no obsessivo
Lá fora vive tudo o que quero
Cá dentro vivem tristezas
Já pouca coisa me faz sorrir
Neste mundo em desespero
Nada parece mudar
Nesta vida de saudade e dor
Amanhã quero morrer
Mãe, amanhã digo adeus
E as lágrimas que em mim vão escorrer
Quero-as para lavar o mundo


" Nuvem " - 13/02/08

terça-feira, 8 de abril de 2008

I Still Remain

Just as I forget your name
You always come asking for more
Your words fill me up with anger
And nothing seems like it was before
My voice tears the ceiling apart
And you struggle to avoid it
I left you behind
Cause you've broken my heart

Come, bring your shots
I'll close my mind
From your bullet-shaped thoughts

I always wanted to start form the beginning
But yo were always here
and you never realized you loved me
Until the day you saw me running
I've nothing to say
I've done it all
I did everything I could
It's time to fly away

Come, bring your shots
I'll close my mind
From your bullet-shaped thoughts


" I Still Remain " - 19/02/08