sábado, 23 de junho de 2007

Cristal

Só nós dois neste lugar tão íntimo
Sozinhos à espera de nada
Pois somos donos de tudo
E reis do Amor
Aqui te olho e te desejo
Aqui és a princesa do meu mundo
Nada mais importa
Nem palavras, nem imagens
Apenas este olhar
O silêncio é barulho baixinho
Onde trocamos juras de Amor eterno
Num caminho até à montanha mais alta
Onde vive a flôr mais rara e mais bela
Onde o tempo pára
E o céu é o limite
Por ti luto, por ti minto
Por ti mudo, por ti morro
Quero que saibas que és o infinito
E a Luz na minha noite
O raio de sol que me atinge de manhã
E o luar que vislumbro
Beijo os teus lábios tão suaves
E esqueço o amanhã


" Cristal " - 23/06/07

Recado

Fugo de mim e para longe
Para um lugar bem distante
Onde a vida tem sentido
E onde tudo é permanente
Onde tudo é nosso e nada é deles
Fugo para esse lugar
Sem pensar
Talvez queira desaparecer
Arder, esvanecer
Aqui tudo é efémero e inconstante
Vazio de certezas
Quero fugir para bem longe
Longe de tudo e de todos
Começar de novo
Renascer
Faço votos de felicidade
Para quem merece e para quem fez por merecer
Digo adeus aos mais chegados
E abraço aqueles que amo
Porque tudo tem um fim neste mundo condenado
Porque tudo pode renascer neste mundo inacabado
Olho o céu e o sol
E depois as estrelas e a lua
Perco-me por entre caminhos iluminados
E trajectos de mil e uma cores
Desejo um dia voltar a casa
Mas sem hora marcada
Porque quero ser uma surpresa
Uma pessoa amada


" Recado " - 23/06/07

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Last Goodbye

This is our last goodbye
I hate to feel the love between us die
But it's over
Just hear this and then i'll go
You gave me more to live for
More than you'll ever know

This is our last embrace
Must I dream and always see your face
Why can't we overcome this wall
Well, maybe it's just because i didn't know you at all

Kiss me, please kiss me
But kiss me out of desire, babe, and not consolation
You know it makes me so angry 'cause i know that in time
I'll only make you cry, this is our last goodbye

Did you say "no, this can't happen to me,"
And did you rush to the phone to call
Was there a voice unkind in the back of your mind
Saying maybe you didn't know him at all
You didn't know him at all, oh, you didn't know

Well, the bells out in the church tower chime
Burning clues into this heart of mine
Thinking so hard on her soft eyes and the memories
Offer signs that it's over... it's over


" Last Goodbye " - Jeff Buckley

terça-feira, 19 de junho de 2007

Caixão da Razão

O meu caixão da razão está cheio de segredos, verdades e mentiras. Histórias às quais acrescento pontos e peças de teatro às quais acrescento actos. É um caixão tão fundo quanto as melindrosas teias da mente. À medida que vou atirando pensamentos e guerras interiores, vai enchendo e enchendo, e quando parece que está pronto a explodir ainda aguenta mais um pouco. Até ao dia. E quando esse dia chegar tudo vai ser diferente. Mas o meu maior medo é que esse dia não chegue nunca. E que tudo o que guardo cá dentro viva para sempre em mim. Apesar das inúmeras vozes que dizem para o abrir, sinto que não o vou fazer. Não vou conseguir enfrentar quem devo e lutar por aquilo que quero. E tudo vai ser mais difícil. E o que podia ser fácil tornar-se-á impossível de inverter.
Vivo uma ficção. Um filme daqueles em que o fim é um sonho. Vivo com uma ideia na cabeça, a de que tudo cai do céu. Mas não é assim. E tenho de lutar. Mas ás vezes é tão difícil. Ás vezes parece que não aguento.

“ Caixão da Razão “ – 19/06/07

Banco de Jardim

Lá fora a chuva cai, e cada gota que atinge o chão, os carros, as pessoas, é cada lágrima que não estou a chorar mas que devia. Devia deitar tudo cá para fora, explodir. Gritar! Talvez devesse levantar o volume do som para que ninguém me ouvisse gritar. Ou chorar. Podia fechar os olhos e viajar nos perfeitos momentos que passámos, para depois descer das nuvens e encarar, mais uma vez, a realidade. Ou, talvez, devesse esquecer. E partir. Enterrar tudo e renascer.
Foi o teu sorriso que me tornou capaz de tudo, de voar, sonhar, imaginar, de transformar imagens em palavras, de te dar o sol e a lua, a terra e o mar, o mundo e o universo. Foi esse sorriso que me transformou naquilo que sou hoje. Foi, também, esse sorriso que me trouxe, e traz, paz quando estou triste ou perdido. Foi esse sorriso que me trouxe esperança. E, agora, é esse sorriso que vejo ao longe, sem o puder sentir ou tocar.

E, então, aqueles momentos de silêncio que de mortos não tinham nada. Eu parava porque só me passava pela cabeça beijar-te, sentir-te. Era por isso que, do nada, eu ficava a olhar para ti, na esperança que caísse um beijo do céu.

Não desisti, não queria desistir. Mas agora é tempo de parar. E choro. Choro porque nós não fomos feitos para estar assim. Choro porque um pedaço de mim morreu, e nunca vou ser completo sem ti, nunca. Haverá sempre um lugar por preencher no meu coração. E, agora, que o dia já não chora, choro eu.


" Banco de Jardim " - 16/06/07

Cada Traço de Alma

Por breves momentos pergunto-me se não era melhor esquecer as pessoas que conheço e começar tudo de novo. Partir à descoberta. Ter uma nova oportunidade. Mas não. Não dessa forma.
Na rua, à minha volta, vejo pessoas felizes por fora, e algumas que transpiram felicidade interior, seja por motivos pessoais ou profissionais. Vejo casais de namorados de mãos dadas a trocar beijos e olhares, em perfeita comunhão com o exterior. Vejo pessoas que respiram sucesso. Muitas vezes penso que é isso que quero. Momentos como esses. Simples mas importantes. Vulgares mas significativos.
Eu acredito que todos nós deixamos algo nas pessoas que conhecemos. Uma palavra, um gesto, ou, até mesmo, uma qualquer situação. E são essas coisas que nos tornam únicos. Quem não gosta de ser lembrado positivamente? Ninguém! Eu sou assim. Simples mas dedicado. Sem mostrar preocupação mas preocupado com quem me rodeia no dia-a-dia. Pois, são as coisas pequenas que trazem a verdade. São os pequenos momentos que mostram quem realmente somos. Sou e sempre serei assim. E ainda bem que assim é.
Mas hoje sinto-me um pouco perdido. Sinto-me triste. Sinto-me ansioso. Lá fora, a noite já vai longa. As nuvens cobrem o céu e cobrem, também, o meu quarto. E a cada palavra que escrevo tento penetrar essas mesmas nuvens. Tento atingir a luz. Tocar com as pontas dos dedos o amanhã. Fecho os olhos e abro o coração, porque até num fim há um princípio.

“ Cada Traço de Alma “ – 18/06/07

terça-feira, 12 de junho de 2007

Lipstick #5

I was looking for love in all the wrong places, and I found it, I found it

" Lipstick #5 " - Vicious 5 / Up On The Walls