domingo, 22 de outubro de 2006

Tempos Ardidos

Juntámos tudo para sempre
E mesmo assim deixaste-me para trás
Agora que eu percebi o que falta em mim
As coisas que trocámos não têm fim
E continuo a guardá-las na mesma caixa
O calor dos objectos é igual e apenas mudou
O sentido das palavras e dos espelhos partidos
Tudo aquilo que tívemos parece efémero
E assim permaneço
Na quietude do silêncio

Cigarros apagados no chão junto ao cinzeiro
E cartas queimadas dentro dele
O cheiro a fumo na minha sala
É a prova da minha dor
Acordo de manhã bem cedo
Depois de uma noite de pesadelos
O teu nome é tudo o que toco
É tudo o que vejo e falo
No silêncio da noite percorro apenas um caminho
Que me leva de volta às minhas cinzas


" Tempos Ardidos "

1 comentário:

Anónimo disse...

Palavras são mais que conceitos, são sentimentos que passamos para o papel, são uma parte de nós que podemos transmitir aos outros, ou revelar a nós próprios. Não tens de ter medo de mostrar aquilo que crias, pois afinal isso revela muito daquilo que és.
Parece que o tempo que passas-te a escrever à revelia de todos não foi "tempo(s) ardido(s)", muito pelo contrário, foi tempo ganho a fazeres algo de que te deves orgulhar e que faz com que os teus amigos se orgulhem de ti.
Fico feliz por teres decidido mostrar os teus textos, e espero que não fiques por revela-los apenas no teu blog...
Parbéns***Beijos