quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A Cor da Realidade

Estou sem destino neste mundo
Percorrendo caminhos escuros e obsoletos
À minha frente vejo o nada
Vejo um espelho, uma vida desesperada
O medo que me acolhe
É o mesmo que me lança às feras
E o sangue que em mim corre
Pinta de vermelho a alma que em mim morre

A luz amarela do meu quarto
É feita de mágoa e melancolia
Esta folha de papel é o mar
Onde me acalmo e me deixo estar
Na escuridão do meu sono
Vejo fantasmas escondidos em árvores sem folhas
Armados de culpas e mentiras
Transformados em gritos de ira

O amanhã nasce para todos
E todos o vão viver
Para mim é mais um simples dia
Mais um um para me lembrar daquilo que sentia
Os quadros que pinto são negros
Borrados de uma ignorância imensa
E quando neles me deito
Encontro um fim a preceito

Em cada história que idealizo
Sou quem gostava de ser
Paisagens que nunca vou viver
Caminhos cheios de saber
Mas quando acordo
Tudo volta ao mesmo
Cai em mim a realidade
A minha única verdade


" A Cor da Realidade " - 06/01/08

1 comentário:

Patrícia disse...

Nostálgico..Mas bonito! A ultima estrofe é a minha preferida =)