domingo, 24 de março de 2013

As Terras do Sol

Corri numa planície repleta de oliveiras. Não bati em nenhuma. Fiquei com arranhões nos braços por passar por entre as silvas. Sujei as calças porque caí na terra seca e pálida que os meus passos pisavam. Suei o corpo porque corri numa planície e estava um sol abrasador. Cheguei mais cedo ao meu destino porque corri depressa demais. Apareceste e deste-me água. Bebi-a a um só gole. Estava fresca. Já menos ofegante pedi-te um beijo na face. Tu deste. Disse que te amava. Tu disseste o mesmo. Levantei-me, beijei-te os lábios e corri. Corri pela planície. Olhei para trás e ainda via o teu sorriso. E sorri também. Caí na terra, seca e pálida. Arranhei-me nas silvas. Não bati em nenhuma oliveira. Suei o corpo porque corri numa planície e porque estava um sol abrasador. Cheguei ao meu destino e sentei-me. Olhei o horizonte e imaginei-te a caminhar e a sorrir. E, também eu, sorri.

P.

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