É meia-noite. Estou a conduzir nas ruas da minha cidade. As luzes amarelas iluminam os passeios e as pedras da calçada. Não se vê ninguém. Ao fundo apenas se ouve um cão a ladrar e uma janela a ser fechada, e no rádio só passam músicas sobre paixões sofridas, amor, morte e tristeza. Não as consigo ouvir, estou farto delas. Desligo o rádio, paro o carro e fecho os olhos. Sinto o vento, que entra pela janela, a bater-me na cara, oiço os ramos das árvores e balançar. Vejo, cá do alto do castelo, as luzes da cidade, e sinto que nunca a vou abandonar, será sempre minha e estará sempre em mim. Mas pergunto-me, porquê? Será do tempo que aqui passei, será da família ou será das pessoas que conheci e que ao longo dos anos foram a minha companhia? Não sei. Não sei hoje e não vou sabê-lo amanhã. Saberei quando descobrir quem sou e o que faço aqui. Quem sou? E porque será que fico nervoso com o amanhã?
Estas ruas e estas luzes são a minha casa, o meu abrigo quando estou triste. Daqui nunca vou sair. Há palavras que o querem fazer, mas o que sai é apenas um suspiro.
Estas ruas e estas luzes são a minha casa, o meu abrigo quando estou triste. Daqui nunca vou sair. Há palavras que o querem fazer, mas o que sai é apenas um suspiro.
" A Resposta num Suspiro " - 23/10/07
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