A televisão está ligada na TVI. Preciso de notícias fora do normal para me despertar. Dói-me a cabeça e o Pedro não pára de tocar guitarra. Mas eu até gosto. A mesa onde escrevo está super desarrumada. Estive a passar uns apontamentos e deixei os cadernos aqui. O rádio, o jornal, o telemóvel e alguns cds também se encontram aqui. É quarta-feira. Faltam dois dias para as férias natalícias. Mas não estou contente nem desejoso. Sinto-me, até, triste. A luz da sala é fraca, deixa-me melancólico. Hoje foi mais um dia de, pouca, escola. Uma aula. O resto do dia foi...aborrecido. O Natal não é a minha época preferida. Aliás, detesto. Traz-me à memória más recordações. Agora, aqui, na minha sala, que não é só minha, escrevo o que me vai na alma. É esta a única forma que encontro para desabafar.Eu, uma caneta e uma folha de papel em branco. Só nós numa sala vazia ou replecta de gente. Com barulho ou no silêncio total. Apenas a música dos Muse que toca no portátil do Pedro me consegue distrair. A música e a escrita. As únicas coisas que neste momento, e em muitos outros, me fazem respirar, me levam para outro universo onde tudo é mais simples( e ontem fui comprar os bilhetes para ir ver os Bloc Party, aqueles da música da Vodafone).
A sala encontra-se, agora, quente. Tive a brilhante ideia de ligar o aquecedor. Continuo a escrever na mesma mesa, à conversa com os meus pensamentos. O Pedro está no portátil a jogar solitário e a ouvir a sua música, cheia de guitarras como ele tanto gosta. Está distraído. Nem se apercebe que estou a olhar para ele. A tentar descobrir o que lhe vai na cabeça. Na tv está agora um casal a discutir sobre se ele deve ou não ir ter com uma senhora para fazer o seu trabalho. É a novela Tempo de Viver, e é o que consigo ver a esta hora.
É nesta sala que, há mais de dois meses, escrevo e vivo. Onde respiro e me encontro. Onde tento encaminhar-me. Onde vou conseguir encaminhar-me. É aqui, envolto nas coisas que mais gosto, ou quase todas, que vou viver por mais algum tempo. É aqui que todas as noites vejo o Pedro e as suas coisas. As minhas também estão presentes: uma caneta, uma folha de papel e música. Agora interessa-me este momento. Interessa-me o que escrevo. Agora só importam as palavras e os sentimentos. As coisas boas e também as más. As paixões e as tragédias. É assim que acabo mais um dia. Envolto em ti.
" Envolto" - 13/12/06
A sala encontra-se, agora, quente. Tive a brilhante ideia de ligar o aquecedor. Continuo a escrever na mesma mesa, à conversa com os meus pensamentos. O Pedro está no portátil a jogar solitário e a ouvir a sua música, cheia de guitarras como ele tanto gosta. Está distraído. Nem se apercebe que estou a olhar para ele. A tentar descobrir o que lhe vai na cabeça. Na tv está agora um casal a discutir sobre se ele deve ou não ir ter com uma senhora para fazer o seu trabalho. É a novela Tempo de Viver, e é o que consigo ver a esta hora.
É nesta sala que, há mais de dois meses, escrevo e vivo. Onde respiro e me encontro. Onde tento encaminhar-me. Onde vou conseguir encaminhar-me. É aqui, envolto nas coisas que mais gosto, ou quase todas, que vou viver por mais algum tempo. É aqui que todas as noites vejo o Pedro e as suas coisas. As minhas também estão presentes: uma caneta, uma folha de papel e música. Agora interessa-me este momento. Interessa-me o que escrevo. Agora só importam as palavras e os sentimentos. As coisas boas e também as más. As paixões e as tragédias. É assim que acabo mais um dia. Envolto em ti.
" Envolto" - 13/12/06